A Origem dos Guardiões: qual é o seu cerne?

A Origem dos Guardiões Explicado para a Revista de Entretenimento Blog da Monique

Em algum lugar que não lembro a fonte, nesse vasto mundo internético, eu li que a ideia do filme A Origem dos Guardiões (2012, Prime Video) nasceu de uma pergunta feita pela filhinha do autor da obra. Ela perguntou se o Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa se conheciam… own … imagine o que uma mente criativa é capaz de fazer com uma pergunta dessas! Os Guardiões do título do filme são a força unida de Papai Noel, o Coelhinho da Páscoa, o Homem da Areia e a Fada do Dente (cada um apropriadamente estilizado). Diante da ameaça iminente de Boogeyman e seu desejo de preencher os sonhos dos jovens do planeta com pesadelos, eles se encontram com um novo recruta, na forma de Jack Frost. E, a partir daí, surge uma batalha entre o bem e o mal, que em última instância repousa na crença dos filhos, ou não. O que é A Origem dos Guardiões? A Origem dos Guardiões é um filme de animação de 2012 produzido pela DreamWorks Animation. O filme segue um grupo de personagens icônicos, como Papai Noel, Coelho da Páscoa, Fada do Dente e Jack Frost. O grupo se une para proteger as crianças do mundo contra o vilão Pitch Black, o Bicho-Papão. Quem são os guardiões da Infância? São figuras míticas responsáveis por proteger as crianças: Norte (Papai Noel), Coelho da Páscoa, Fada do Dente, Sandman e Jack Frost, que é convidado a se juntar ao grupo durante o filme. Cada Guardião tem um papel na manutenção da esperança e alegria no mundo infantil. Qual é a principal missão dos protetores? A missão dos Guardiões é proteger as crianças do medo e do desespero causados por Pitch Black, o vilão que tenta espalhar pesadelos e fazer com que elas percam a fé e a esperança. A equipe luta para preservar a imaginação e a alegria das crianças. Quem é Jack Frost e qual é sua importância na história? Jack Frost é o protagonista do filme e o mais novo Guardião. Ele é o espírito do inverno, mas inicialmente não entende seu propósito. Ao longo da história, Jack descobre que seu papel é trazer felicidade às crianças através da neve e do inverno. Ele também se sacrifica para proteger as crianças e encontra sua verdadeira vocação como Guardião. Qual é o papel de Pitch Black em A Origem dos Guardiões? Pitch Black, também conhecido como o Bicho-Papão, é o antagonista do filme. Ele tenta apagar a luz da esperança das crianças, substituindo-a por pesadelos. Pitch quer que as crianças parem de acreditar nos Guardiões e, assim, se fortaleçam no medo. Quais são os temas principais de A Origem dos Guardiões? Os temas principais do filme incluem esperança, coragem, sacrifício e a importância da crença infantil. O filme também aborda a luta entre a luz (esperança, alegria) e a escuridão (medo, desespero), com os Guardiões representando a luz que protege as crianças. Como A Origem dos Guardiões conecta o Natal e a Páscoa? Embora tenha sido lançado próximo ao Natal, A Origem dos Guardiões também celebra a Páscoa, destacando que essa festa é uma das mais importantes do calendário cristão. A história se passa pouco antes da Páscoa e inclui uma caça aos ovos organizada pelo Coelho da Páscoa, reforçando símbolos de renovação e esperança. Quem é o Homem na Lua e qual é seu papel no filme? O Homem na Lua é uma figura simbólica que age como um guia espiritual para os Guardiões. Ele é o responsável por escolher os Guardiões e é visto como uma espécie de divindade ou força maior que supervisiona o bem-estar das crianças e dos próprios Guardiões. Quais são as lições que o filme A Origem dos Guardiões ensina às crianças? O filme ensina lições importantes sobre coragem, a importância de acreditar em si mesmo e nos outros, e o valor da esperança. Além disso, destaca que mesmo diante de desafios e do medo, a alegria e a imaginação podem ajudar a superar as dificuldades. Quais são as principais críticas e elogios ao filme? O filme recebeu elogios por sua bela animação, suas mensagens inspiradoras e por abordar temas complexos de uma maneira acessível para crianças. No entanto, alguns críticos mencionaram que o filme pode ser longo demais e possui um enredo que pode ser confuso em certos momentos, especialmente para o público mais jovem. Quem são os dubladores de destaque em A Origem dos Guardiões? O filme conta com um elenco de vozes talentoso, incluindo Chris Pine como Jack Frost, Alec Baldwin como Papai Noel (Norte), Hugh Jackman como Coelho da Páscoa, Isla Fisher como Fada do Dente e Jude Law como Pitch Black (Bicho-Papão). A Origem dos Guardiões é baseado em livro? Sim, o filme é baseado na série de livros The Guardians of Childhood, de William Joyce. A adaptação cinematográfica toma liberdades criativas, mas mantém os temas principais dos livros, como a proteção das crianças e a importância de heróis imaginários. Quais são os efeitos visuais e de animação em A Origem dos Guardiões? A Origem dos Guardiões é amplamente elogiado pelos impressionantes efeitos visuais e a animação detalhada. A criação dos personagens, especialmente Jack Frost e Pitch Black, destaca o uso sofisticado de luz, sombra e cores para enfatizar o contraste entre a esperança e o medo no filme. Qual é a mensagem final de A Origem dos Guardiões? A mensagem final do filme é que a esperança, a fé e a alegria são essenciais para superar o medo. Além disso, o filme reforça a importância de acreditar, mesmo quando tudo parece sombrio, e como essa crença pode transformar vidas e realidades. Qual é o seu cerne? O ponto alto dessa história é a busca do autoconhecimento. “Qual é o seu cerne?” é a pergunta retórica do filme. O cerne é a nossa essência, o âmago, o coração, a parte mais essencial do nosso caráter. É a característica primordial que nos define como únicos. A Origem dos Guardiões foi filmado pelo vencedor

Em defesa das vírgulas excluídas

coffee

Eu acredito que não é só o fato de eu ter estudado letras, nem jornalismo, mas o meu gosto pela leitura e a paixão por escrever instalaram uma espécie de corretor ortográfico 24 horas na minha pobre mente. Isso, é claro, inclui as vírgulas. Claro que eu estou sujeita a errar quando escrevo, mas sou cautelosa. Noite dessas, depois da segunda caipirinha, estava eu de frente para o ônibus do cantor Vicente Nery em uma festa qualquer aí. Bati os olhos na frase que estampava a tatuagem no braço esquerdo dele e… pimba! Senti falta da vírgula. A frase é a seguinte: “Obrigado meu Deus!”. Trata-se de um vocativo, portanto, a vírgula não deve ser ignorada. Era para ser escrita assim, então: “Obrigado, meu Deus!”, assim como: ‘Meus Deus, obrigado!’. A ausência da vírgula no vocativo já está se tornando comum no meio da internet, por isso que eu estou aqui para levantar essa bandeira. A bichinha ainda não foi abolida da pontuação, não, viu? Respeito é bom e ela gosta! 😉 A Língua Portuguesa possui uma variedade de sinais de pontuação, que desempenham papéis essenciais na coesão, coerência e ritmo do texto. Entre eles estão o ponto final (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), dois pontos (:), reticências (…), ponto de exclamação (!), ponto de interrogação (?), aspas (“”) e travessão (—). O uso correto desses sinais é essencial para uma compreensão clara do conteúdo e para evitar ambiguidades. Isso também torna o texto mais atraente e agradável para leitura. Por que usar vírgulas? A vírgula é um sinal de pontuação versátil com várias funções, sendo amplamente utilizada nos textos. Geralmente, ela separa elementos dentro de uma frase e orações dentro de um período. Embora muitos acreditem que a vírgula deve indicar pausas respiratórias durante a leitura, esse conceito é equivocado e pode prejudicar o raciocínio durante a prova. Algumas regras podem ajudar a empregar a vírgula corretamente: Quando Usar a Vírgula À medida que escrevemos mais e praticamos a pontuação, torna-se mais fácil usar a vírgula corretamente. Enquanto isso não se torna automático, é aconselhável praticar. Na redação, não é necessário pressa; é fundamental prestar atenção e avaliar se a vírgula está sendo empregada de maneira apropriada. Separar elementos em listas Exemplos: “No dia da prova, lembre-se de trazer seu documento, caneta preta, cartão de confirmação impresso, lanche e água.” “Durante minhas férias, visitei Holanda, Espanha, França e Inglaterra.” “Eles caminharam, pararam, sentaram-se e partiram novamente.” A vírgula é usada quando se menciona algo ou alguém que requer uma explicação para contextualizar o leitor – um aposto. Exemplos: “Ana Clara, a recém-contratada, faltou no primeiro dia de trabalho.”“Jorge, o professor de português, ministrou uma aula incrível no cursinho.” A vírgula é empregada ao chamar a atenção do interlocutor, indicando um vocativo.Exemplos: “Jorge, não venha me dizer que você faltou à escola.”“Professor, desculpe o atraso.” Quando você deseja expressar uma ideia de oposição, usando termos como “mas”, “entretanto”, “porém”, “todavia” e “contudo”, criando uma oração adversativa, é necessário usar a vírgula. Exemplos: “Não gosto de chocolate, mas essa torta está deliciosa.”“Consegui ir à praia finalmente, porém choveu.” Quando Não Usar a Vírgula Há duas situações em que não se deve usar a vírgula de forma alguma: para separar o sujeito do predicado ou para separar o verbo do complemento. Por exemplo: “A aula on-line foi essencial durante a quarentena”. Nesse caso, o sujeito “a aula on-line” e o verbo “foi” não são separados. E você, também é a louca das vírgulas? Aproveite para conferir:

A mulher que escreveu a Bíblia

Mulher se olha no espelho

A beleza feminina é costumeiramente venerada e explorada em todos os veículos de comunicação, a ponto de provocar na sociedade um comportamento machista capaz de impor a beleza como algo necessário para a sobrevivência da mulher. E isso não é bom, principalmente quando a vítima não se dá conta disso. Por isso uma passagem do livro A mulher que escreveu a Bíblia, obra de Moacyr Sciliar, me chamou atenção. Antes de tudo… Sinopse | A Mulher que Escreveu a Bíblia A Mulher que Escreveu a Bíblia é um romance histórico do escritor brasileiro Moacyr Scliar, publicado originalmente em 1999. O livro conta a história de uma mulher chamada Diná, que viveu na Babilônia durante o período do exílio dos judeus. Ela é uma escriba, ou seja, uma pessoa responsável por escrever e copiar documentos importantes. Diná é uma personagem fictícia, mas o livro é baseado em fatos históricos e traz diversas referências à vida dos judeus durante o exílio babilônico. A história é narrada por meio de uma série de cartas que Diná escreve para sua neta, relatando suas experiências e reflexões sobre sua vida e seu papel como escriba. O livro aborda temas como a relação entre os judeus e os babilônios, a importância da escrita na cultura judaica, a condição da mulher na sociedade antiga e a luta pela liberdade e pela identidade cultural. A Mulher que Escreveu a Bíblia é uma obra rica em detalhes históricos e literários que oferece uma visão única sobre um período importante da história da humanidade. Ela viu sua imagem refletida em um espelho: Eu não podia acreditar no que estava vendo. Meu Deus, sou essa aí? Não havia ali nenhuma simetria, naquela face, nem mesmo a temível simetria do focinho do tigre; eu buscava em vão alguma harmonia. Não era a grande harmonia das esferas que eu pretendia, um pequeno ser harmônico já me seria suficiente, mas nem isso eu obtive porque havia um conflito naquele rosto, a boca destoando do nariz, as orelhas destoando entre si. E os olhos, que poderiam salvar tudo, eram estrábicos, um deles mirando, desconsolado, o espelho, o outro com o olhar perdido, fitando desamparado o infinito, talvez para não ter de enxergar a cruel imagem. Detalhe (mas ainda é preciso detalhar? É, sim, é preciso ir ao detalhe, é preciso descer até o fundo do melancólico poço): sinais. Disseminados pela face, eu tinha – não contei, mas acho que duas dezenas é uma estimativa até conservadora – sinais. Sinais às pencas, um despropósito de sinais, um surto inflacionário de sinais. Pela variedade, poderiam se constituir no objeto de um tratado de dermatologia. Havia-os de variado tamanho e matiz. Um deles me incomodava particularmente; de tão protuso; era quese sessil, balançando desamparado no ar. A um vento mais forte, e ventos fortes em nossa região não eram incomuns, se desprenderia e seria levado para longe dali. Se caísse entre pedras feneceria, se caísse na areia do deserto feneceria, se caísse na cratera de um vulcão feneceria – e ele fenecendo eu só me alegraria, mas se caísse em terra fértil… Se caísse em terra fértil germinaria, e sabe Deus que planta nasceria dali, que estranha árvore de galhos secos e retorcidos. Se a esse espécime dessem, mesmo que por intuição, o epíteto de árvore da feia, eu não poderia me queixar; o máximo que poderia fazer era tentar abatê-la na calada da noite. Resumindo, era isso o que eu via: a) assimetria flagrante; b) carência de harmonia; c) estrabismo (ainda que moderado); d) excesso de sinais. Falta dizer que o conjunto era emoldurado (emoldurado! Essa é boa, emoldurado! Emoldurado, como um lindo quadro é emoldurado! Emoldurado!) por uns secos e opacos cabelos, capazes de humilhar qualquer cabeleireiro. O que o espelho me mostrava era algo semelhante a uma paisagem estranha, atormentada, na qual os acidentes (acidentes: muito apropriado, o termo) geográficos não guardavam a menor relação entre si. Uma catástrofe tinha ocorrido em minha face, um cataclisma que seguramente antecedera de muito o meu nascimento; o que eu estava vendo era a feiura arcaica, a feiura ancestral, uma feiura consolidada pelos anos, pelos milênios, talvez.

Bem-me-quer, malmequer: o papel do hífen na nova regra ortográfica

Como se escreve bem me quer e mal-me-quer?

Por que será que bem-me-quer tem hífen, mas malmequer não? Desde 2013 o uso das novas regras ortográficas é obrigatório. Calma. Não é o fim do mundo como a civilização Maia previu. Entretanto, essa mudança marca o apocalipse oficial da ortografia que conhecemos desde o tempo em que nos reconhecemos como gente. As regras de acentuação não são difíceis de memorizar. Basta um pouco de tempo pra gente se acostumar com ideia, feiura, joia, enjoo, etc. O não uso do trema é a regra mais fácil, claro, é só abolir. Mas o uso do hífen, esse é cruel. Cruel porque são muitas as exceções que fogem da regra. Enfim… continue a leitura para descobrir as mudanças no hífen. Bem-me-quer x Malmequer Conheça os motivos pelos quais uma palavra tem hífen e a outra, não. Bem-me-quer “Bem-me-quer” é escrito com hífens porque é uma frase que significa “quer-me bem“. Vamos dividir para entender melhor: Quando juntamos essas palavras com hífens, temos a ideia de que alguém ou algo nos quer bem, nos deseja coisas boas. Malmequer “Malmequer” é uma palavra só e não tem hífens. É o nome de uma flor. O nome da flor vem de “mal me quer”, que é o contrário de “bem-me-quer”. Então, “malmequer” é uma palavra única que usamos para falar sobre essa flor que, na brincadeira, significa que algo não é bom para nós. Por que a diferença? Bem-me-quer é uma frase: Cada palavra tem um significado e, ao juntá-las, usamos hífens para manter o sentido de cada uma. Malmequer é uma palavra só: O nome da flor foi juntado para formar uma palavra única, sem precisar de hífens. Isso ajuda a manter a linguagem clara e fácil de entender, mostrando que uma é uma frase com palavras que se relacionam entre si e a outra é um nome específico para algo. Conheça outras regras do hífen As regras do hífen são complexas, mas é fácil memorizar. Prefixos terminados em vogal + palavras começadas por R ou S antessala, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirrival, autorregulamentação, autossugestão, contrassenso, contrarregra, contrassenha, extrarregimento, infrassom, ultrassonografia, semirreal, suprarrenal. Prefixo + palavras com a mesma vogal anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus. Prefixo + palavras com vogal diferente autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiárido, semiautomático. A regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por h: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo. Gostou de saber a diferença dos hífens em bem-me-quer e malmequer? Aproveite para ler também: 115 anos sem Machado de Assis: relembre os clássicos

“É muito azar do nego, maluco!”

Boneco Tizil Nas Garras da Patrulha: é muito azar do nego, maluco!

Você já deve ter ouvido a frase: “É muito azar do nego, maluco!” O Programa As Garras da Patrulha, exibido pela TV Diário, tem um estilo muito próprio de fazer humor. Sempre com muita sagacidade, originalidade, mostra a identidade e o regionalismo do povo cearense. Isso tudo somado a muita criatividade e simplicidade: os bonecos são feitos de pano, os atores geralmente não aparecem e o cenário é artesanal. Entre os vários personagens do Programa, um em especial se destaca por ser um transgressor da lei que vive com o pé na cadeia. Francisco da Silva, conhecido como Tizil, é um meliante que só se dá mal em todos os delitos que pratica. A malandragem contrasta com a ingenuidade e ele usa um vocabulário único, quase musical. O nome do quadro é Rabo de Foguete e os episódios deixam explícito que o ‘crime não compensa’. Tizil nas garras da Patrulha Enquanto Tizil apronta pelas ruas de Fortaleza, o apresentador ‘Marcelo Revende’ vai interagindo com o telespectador durante as cenas e muitas vezes com o próprio Tizil em tempo real… Quando o meliante tentou assaltar por engano um grupo de ladrões que estavam se organizando para iniciar um arrastão, o apresentador relatou que “peia pra dez, Tizil comeu sozinho…” – linguagens que só um cearense é capaz de entender. Para completar a maré de azar do personagem, nesse episódio ele foi atropelado pela única viatura do Honda que trafegava naquele dia, em plena greve dos policiais. ‘É muito azar do nego’ Diversos são os delitos cometidos por Tizil. Ele já “merendou” em uma lanchonete e saiu sem pagar, planejou a explosão de um caixa eletrônico, roubou um colchão que secava na calçada da vizinha e até um cavalo. “Pra azar de Tizil, o cavalo era tão ensinado que sabia que tava levando um meliante no seu espinhaço, e por isso ele seguiu no caminho da delegacia…e rebolou Tizil na mesa do delegado…”, conta o apresentador Marcelo Revende. O final é sempre trágico. Tizil acaba em uma enfermaria de hospital antes de seguir para a cadeia. A redação das histórias é feita por Ery Soares, o humorista que dá vida ao boneco (foto). A camaradagem entre os presidiários é costumeiramente retratada. Certa vez, quando Tizil saiu do presídio, um dos colegas de quarto, com a certeza que o veria novamente, soltou essa: “Tizil, chapa, meu irmão, quando tu voltar, passa no sinal e compra uma raquete daquelas de matar muriçoca pra gente!”, no que ele respondeu: “Só uma dá?”. Ery Soares: a voz do nego Tizil Ery Soares é humorista, redator e produtor na TV Diário. Seu primeiro emprego profissional foi na Rádio Cidade 95,5 Fortaleza, onde teve a oportunidade de trabalhar em parceria com os humoristas: Skolástica, Rossicléia, Wellington Muniz (O Ceará) e outros. Também participou como ator em comerciais de TV e integrou o elenco do filme “A Maldição da Sogra Coral”, ao lado de humoristas importantes, como: Zé Modesto, Augusto Bonequeiro, Aurineide Camurupim, Alex Nogueira e Papudim. Ery integra o elenco de humoristas do programa “Nas Garras da Patrulha”, na Rádio Verdes Mares e TV Diário. Nesse programa, ele cria diversos personagens, incluindo Seu Grossélio, Dudu Gasguito, Panelada, Repórter Gonzaga e o popular Tizil. Não é difícil imaginar o motivo do sucesso do personagem Tizil. Ele é uma figura real, popular. Ele existe, está nas ruas, convivendo entre nós. O problema é que o Tizil da realidade não se dá mal como o da ficção. No mundo real as coisas são bem diferentes. A impunidade e o falso paternalismo de soltar quem deveria cumprir pena, são fatos vergonhosos para nós, brasileiros. Aproveite para ler também: Alerta de sátira: Como se tornar um líder de seita Suspense paranormal com terror e comédia Por que esta comédia fez sucesso no exterior?

Parque Nacional de Ubajara hospeda testemunha viva

pau brasil

Localizado na Serra da Ibiapaba, no noroeste do Ceará, o Parque Nacional de Ubajara é uma joia natural que encanta os visitantes com uma combinação de belezas naturais, biodiversidade rica e um clima ameno. Criado em 1959, o parque abrange uma área de 6.299 hectares e oferece trilhas deslumbrantes, cachoeiras refrescantes e a famosa Gruta de Ubajara, uma caverna repleta de formações rochosas impressionantes. Além de ser um refúgio para aqueles que buscam contato com a natureza, o parque tem importância ecológica e histórica: abriga diversas espécies da fauna e flora típicas do bioma Mata Atlântica, além da experiência única de convivência com a natureza preservada. Para os aventureiros, as trilhas oferecem vistas panorâmicas da serra e, para quem prefere um passeio mais leve, o bondinho que desce até a gruta é uma atração imperdível. Parque Nacional de Ubajara hospeda testemunha viva da ação do homem Ela foi vítima e, ao mesmo tempo, testemunha da ganância do homem nas idades mais remotas da civilização brasileira. Presenciou a vida e os costumes dos povos indígenas. Participou do domínio dos portugueses no terreno brasileiro. Nome científico: Caesalpinia echinata, mas todos a conhecem como Pau-Brasil, árvore majestosa que mede até 15m de altura, com generosas folhagens e tronco avermelhado. O ano era 1515, uma época em que não havia nenhum tipo de manejo florestal ou preocupação em preservar o meio ambiente. Segregadas pelo desmatamento desenfreado, as florestas de pau-brasil foram o registro da primeira atividade econômica dos portugueses em território brasileiro. Das árvores eram extraídas a brasileína, um pó avermelhado para o tingimento de tecidos, enquanto a madeira era propícia para a fabricação de móveis. Portugal, que antes adquiria a brasileína por intermédio dos mercadores que vinham do Oriente, visualizando um futuro promissor pela frente, tornou a exploração do Pau-Brasil posse exclusiva da Coroa. Os índios eram facilmente convencidos a trabalhar na extração das árvores, pois o homem branco, se aproveitando da ingenuidade deles, os seduziam com presentes, quinquilharias ou objetos como espelhos, facões, machados, entre outras coisas, como forma de pagamento. O pau-brasil foi considerado extinto, quando em 1928 verificou-se a existência de uma árvore na Estação Ecológica da Tapacurá, em Pernambuco. O Parque Nacional de Ubajara, unidade de conservação na Serra da Ibiapaba, mantém algumas dessas testemunhas vivas no Centro Administrativo do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade – ICM BIO. Lá, os visitantes podem apreciar o paisagismo do pau-brasil e outras árvores majestosas que ajudam a vivenciar a História do Brasil. Aproveite para ler também:

Ubajara – Sugestões para formação de um atrativo turístico

Acontece nos dias 10,11 e 12 de julho o Festival Municipal de Quadrilhas de Ubajara. O evento é realizado pela Secretaria de Turismo e mobiliza grupos de diversas comunidades, além de convidados de outras regiões. É muito gratificante assistir a alegria contagiante dos brincantes, a criatividade das coreografias e dos cenários. Esse Festival já se consolidou como evento anual no calendário das festividades do município, por isso é possível fazer dele um atrativo turístico. A primeira coisa a ser feita é dar uma turbinada na programação, que ora oferece apenas a apresentação dos grupos de quadrilha, quando deveria ter um show grande no dia da abertura com uma artista do nível da Elba Ramalho, por exemplo. No segundo e terceiro dias, bandas regionais. O mesmo público que assiste as belas, porém intermináveis apresentações, também gosta de dançar – e um show com um artista conhecido nacionalmente atrai gente de outros estados. Pessoas de outros estados são possíveis turistas. Turistas são seres animados, bípedes, geralmente carnívoros, que costumam viajar sozinhos ou em grupo. Eles se hospedam nos hotéis da região que desejam conhecer e contribuem para a economia local porque consomem, gastam uma grana na cidade. Grana na cidade gera o efeito multiplicador, que por sua vez gera o desenvolvimento. Outro fator importante é disponibilizar uma página na internet com a programação do evento, além de investir em outras mídias, claro – de preferência meses antes dele acontecer, isso é importante e requer planejamento. Essa página não precisa ter um domínio próprio, basta que ela esteja hospedada no site da Prefeitura que já existe: www.ubajara.ce.gov.br. Isso é uma coisa muito simples de fazer e que gera resultados, porque é a informação que se torna pública. O calendário anual de eventos deve romper as barreiras do marketing de boca. É vergonhoso reconhecer que Ubajara, assim como outras cidades da Serra da Ibiapaba, ainda não fazem bom uso da internet. Isso me lembra muito o Mito da Caverna de Platão, pois é como se estivéssemos vivendo na escuridão. O marketing moribundo e a falta de informação fazem parte de um lado sombrio que aprisiona, cega, retrocede. Recentemente a Câmara de Vereadores entrevistou a Secretária de Turismo, Socorro Pessoa. Esse convite foi feito insistentemente por diversas vezes, pois o dia da sessão não batia com a agenda da Secretária, enfim, o dia tão esperado chegou e a bendita entrevista transcorreu sem que nenhum vereador abordasse o tema TURISMO. O assunto em pauta foi a respeito da fiscalização de uma obra e falaram ainda sobre o futebol, pois a pasta de esportes também faz parte dessa secretaria. É lamentável saber que o turismo seja visto com tanta indiferença por aqueles que estão com a caneta na mão. Ao mesmo tempo, sei que há outras vertentes capazes de gerar desenvolvimento e Ubajara felizmente terá a satisfação de testemunhar o início de uma nova era com a conquista do Centro de Especialidades Odontológicas e do Centro Federal de Educação Tecnológica, mas não vamos esquecer que a natureza foi muito generosa com essa cidade e que ser indiferente ao turismo é renegar o nosso potencial. [HUMOR] Leia também: A surpreendente história de Uba e Jara Reza a lenda que foi numa tarde ensolarada de janeiro que Uba e Jara se conheceram. Uba, o índio, tomou o último gole do chá da folha de bamburral, porque estava se recuperando de uma terrível diarreia. Conheça a surpreendente história que origem ao topônimo UBAJARA.

O Ciúme, por René Descartes

René Descartes

No tratado Ciúmes, parte de suas reflexões sobre as paixões, René Descartes mergulha profundamente nos sentimentos humanos, explora as raízes e os impactos dessa emoção tão comum, mas muitas vezes incompreendida. Ele aborda o ciúme como uma combinação complexa de amor, medo e inveja, oferecendo uma perspectiva filosófica da vida emocional das pessoas. Neste post, vamos navegar nas ideias dele sobre o tema. O Verdadeiro e o Falso Ciúme de René Descartes “O ciúme é uma espécie de temor, que se relaciona com o desejo de conservarmos a posse de algum bem; e não provém tanto da força das razões que levam a julgar que podemos perdê-lo, como da grande estima que temos por ele, a qual nos leva a examinar até os menores motivos de suspeita e a tomá-los por razões muito dignas de consideração.  E como devemos empenhar-nos mais em conservar os bens que são muito grandes do que os que são menores, em algumas ocasiões essa paixão pode ser justa e honesta. Assim, por exemplo, um chefe de exército que defende uma praça de grande importância tem o direito de ser zeloso dela, isto é… …de suspeitar de todos os meios pelos quais ela poderia ser assaltada de surpresa; e uma mulher honesta não é censurada por ser zelosa de sua honra, isto é, por não apenas abster-se de agir mal como também evitar até os menores motivos de maledicência. Mas zombamos de um avarento quando ele é ciumento do seu tesouro, isto é… …quando o devora com os olhos e nunca quer afastar-se dele, com medo que ele lhe seja furtado; pois o dinheiro não vale o trabalho de ser guardado com tanto cuidado. E desprezamos um homem que é ciumento de sua mulher, pois isso é uma prova de que não a ama da maneira certa e tem má opinião de si ou dela. Digo que ele não a ama da maneira certa porque se lhe tivesse um amor verdadeiro não teria a menor inclinação para desconfiar dela. Mas não é à mulher propriamente que ama: é somente ao bem que ele imagina consistir em ser o único a ter a posse dela; e não temeria perder esse bem se não julgasse que é indigno dele, ou então que a sua mulher é infiel. De resto, essa paixão refere-se apenas às suspeitas e às desconfianças; pois tentar evitar algum mal quando se tem motivo justo para temê-lo não é propriamente ter ciúmes”. Análise Olha só, Descartes traz uma visão super interessante sobre o ciúme. Ele começa explicando que o ciúme nasce do medo de perder algo que consideramos muito importante. Não é tanto sobre a certeza de que vamos perder, mas sobre o quanto a gente valoriza aquilo – e aí, qualquer coisinha já vira motivo de desconfiança. Agora, o que achei legal é que ele diz que, em alguns casos, esse ciúme pode até ser “justo” ou “honesto”. Tipo, quando um general está defendendo um território importante. Ele tem todo o direito de ser cuidadoso, porque o que está em jogo é algo grande. Mas Descartes também critica os excessos, como o ciúme de um avarento com seu tesouro. Ele deixa claro que, nesse caso, o valor que a pessoa dá ao dinheiro é exagerado. E aí vem a parte mais interessante, na minha opinião: ele fala sobre o ciúme entre casais. Ele é direto em dizer que, se um homem sente ciúmes da mulher, isso significa que o amor dele não está sendo do jeito certo. E por quê? Porque ele não está amando a pessoa, mas a ideia de “possuir” ela. Ele tem medo de perder, não porque se preocupa com ela, mas porque acha que está em jogo o próprio ego, a própria insegurança. Essa insegurança é a chave aqui. Descartes aponta que, se o ciumento tivesse confiança em si mesmo e no relacionamento, ele não teria motivos para desconfiar. Quando ele coloca a suspeita em primeiro lugar, isso mostra que ele vê a parceira como algo que ele “tem” e não como uma pessoa com quem ele compartilha o amor de forma genuína. Então, a mensagem final do Descartes é bem clara: o ciúme surge das nossas próprias inseguranças e da forma errada como a gente enxerga o outro. Quando tem uma suspeita real, é uma coisa, mas esse ciúme que vem da desconfiança infundada não é saudável e só revela que, no fundo, a gente precisa trabalhar mais no amor próprio e no respeito pelo outro. Aproveite para ler também:

A surpreendente história de Uba e Jara

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A Surpreendente História de Uba e Jara é um projeto que nasceu em 2009, lancei um e-book com o conto completo, mas tirei do ar por enquanto para fazer uma nova edição. A história de Uba e Jara Jara, a índia de longos cabelos cor de burro quando foge, não era virgem, tampouco tinha lábios de mel. Ativista, destemida e avançada para o tempo, muitas vezes falava sobre um futuro que os outros não compreendiam. Autodidata: aprendeu a ler e escrever sozinha. Devorava temas sobre filosofia e ciência, principalmente. Boatos corriam que era filha de Tupã, o espírito do trovão, o grande criador dos céus, da terra e dos mares. Isso porque desconheciam a origem daquela erudição. Quando bebê, foi abandonada próximo ao sumidouro, no sítio Suminário, enrolada em um pano branco, ainda suja de sangue — certamente em consequência de parto recente. Chorava feito um bezerro desmamado. O pajé Ferdinando Tadeu, curandeiro que explorava fauna e flora na região, foi quem a encontrou. Comovido, o bom homem a levou para a aldeia dos tabajaras, na gruta de Ubajara. Lá, a pequenina recebeu cuidados e educação conforme os costumes da tribo. Desde cedo, ela o ajudava a colher plantas medicinais para o preparo de banhos, chás, xaropes e vários remédios. Adquiriu diversos conhecimentos, curou muitos enfermos e se tornou indispensável na aldeia. Ano 1884. Em uma tarde ensolarada, Jara preparava a habitual make de urucum para realçar o olhar quando sabiamente percebeu que, naquele momento, aconteceria a revoada das tanajuras. Espalhou protetor solar fator 50 pelo corpo, calçou um par de Havaianas e saiu à caça das famosas formigas comestíveis. Os vizinhos Cauã, Anahi e Tainá também fizeram o mesmo. Todos entoavam o mantra sagrado: “Cai, cai, tanajura, que teu pai tá na gordura…” Aproveite para ler também: Na Serra da Ibiapaba é assim… no início do ano, logo no primeiro dia de sol depois de um período de chuvas, acontece a manifestação das tanajuras – enormes formigas voadoras que possuem um ferrão capaz de beliscar com força qualquer um que as ameace. Sim, elas possuem personalidade forte (seriam feministas?)… Leia Mais

João Ribeiro Lima, uma história de vida

Senhor João Ribeiro Lima de Ubajara

* Texto produzido em 2009 por ocasião da comemoração dos 80 anos de vida do Sr. João Ribeiro Lima. Por Monique Gomes com colaboração de Humberto Ribeiro Lima. Quem foi João Ribeiro Lima? No dia 6 de janeiro de 1927 nascia em Ubajara o menino João Ribeiro Lima. Filho de Juventina Perdigão e Flávio Ribeiro Lima, teve mais 16 irmãos. Naquela época, muitas crianças não resistiam e morriam com poucos dias de vida. O fato aconteceu na família Ribeiro, que aos poucos perdeu 15 dos seus 17 filhos. Saúde A mortalidade infantil na década de 1920 foi influenciada por diversos fatores, como: condições sanitárias, nutrição, políticas públicas e condições socioeconômicas. A assistência médica também era precária e muitos bebês e crianças acabavam morrendo por doenças que hoje são facilmente tratáveis ou preveníveis. Mas João Ribeiro se desenvolveu, assim como o seu irmão, Humberto. E foi aos 8 aninhos de idade que começou a trabalhar no comércio do pai, em Olinda, uma comunidade distante a poucos quilômetros de Ubajara. A família morou lá por 3 anos. Em seguida, o Sr. Flávio se desfez do comércio para lidar na agricultura, atividade que prosperava na cidade. Assim, a família se mudou para uma nova casa, no Sítio Paus Altos, em Ubajara. O menino João arava a terra, plantava e ajudava na colheita, além de levar o alimento aos trabalhadores. Educação Na década de 40 não havia escolas em Ubajara. Os irmãos João e Humberto estudavam em casa com a própria mãe, Juventina Perdigão. Alguns ubajarenses, movidos pela sabedoria e pelo prazer de ensinar, ofereciam aulas em suas casas. Foi assim que João Ribeiro concluiu os estudos, seguindo à pé, todos os dias, do sítio para o centro da cidade, ao lado do pai. Clima de Serra O clima em Ubajara era extremamente frio. No período de inverno as famílias mais ricas migravam lugares mais quentes por seis meses, até o verão chegar. A Família Ribeiro passou alguns desses invernos no Estado do Piauí e outros no Sítio Jaburu, zona rural de Ubajara. Não havia energia elétrica e nenhum meio de comunicação como tevê ou rádio. Para evitar desperdício, os alimentos eram conservados em sal grosso. Mesmo com aspecto de férias, o retiro das famílias no inverno era também de muito trabalho. O pequeno João ajudava na lida de casa, tirava leite da vaca, combatia as pragas das plantações e cuidava dos animais. Nos fins de tarde, se juntava com o irmão Humberto e, assim, faziam arapucas para pegar preás, uma espécie de roedor. Tecnologia No ano em que o rádio chegou, foi a alegria geral. Enquanto uma bateria funcionava, a outra ficava pegando carga. Do lado de fora da casa, uma antena gigantesca fazia parte do cenário: só assim o bendito rádio funcionava… Na primeira metade do século XX, os rádios eram grandes e pesados. Exigiam baterias volumosas para funcionar. Isso fazia com que os aparelhos fossem caros e inacessíveis para muitas pessoas. À noitinha, a família Ribeiro se reunia na sala com os vizinhos para ouvir os programas e as notícias do Brasil e do mundo. Era revolucionário ter acesso a informações e entretenimento que antes permaneciam limitados a jornais e revistas. Empreendedorismo Aos 18 anos, incentivado pelas experiências que teve quando criança com o pai, João Ribeiro Lima montou sua própria loja no centro da cidade, a Casa de Variedades Ltda. Com muito trabalho e dedicação, em apenas um ano conseguiu cobrir as despesas do investimento inicial: 10 contos de réis que pediu emprestado a um amigo. (Segundo consulta ao ChatGPT, 10 contos de réis equivalem a aproximadamente R$ 2.750 reais nos dias de hoje, considerando a taxa de conversão do cruzeiro para o real ). João Ribeiro Lima contribuiu muito com o desenvolvimento econômico e social de Ubajara. Casamento Em 1957, João Ribeiro casou-se com Maria Antonieta e desse enlace matrimonial nasceram seus três filhos: Maria Tereza, João Filho e Tereza Cristina. Hoje, os frutos do seu trabalho são notórios, pois a família perpetuou o legado. Esse é João Ribeiro Lima (in memoriam), um ser humano que teve a grandeza e a dignidade de vencer na vida com o suor do seu trabalho. Um homem com princípios baseados no respeito ao próximo e vínculos familiares, honesto, trabalhador. Aproveite para ler também:

Tanajuras, as formigas comestíveis

As tanajuras fazem parte de uma tradição indígena que perdura até hoje

Na Serra da Ibiapaba é assim… no início do ano, logo no primeiro dia de sol depois de um período de chuva, acontece a revoada das tanajuras. O que são tanajuras? Tanajura provém do tupi tanayu’rá. São enormes formigas voadoras que possuem um ferrão capaz de beliscar com força qualquer um que represente ameaça. Sim, elas possuem personalidade forte. Seriam feministas? 🙂 Costumam sobrevoar a cidade todos os anos — a data pode variar em consequência das mudanças climáticas. Nesse ano (2009) deram o ar da graça no mês de fevereiro, entre os dias 16 e 18. Como é o ciclo de vida das tanajuras? O ciclo de vida das formigas “cadeirudas” começa com os ovos, que, se bem cuidados, se transformam em fêmeas aladas, também conhecidas como tanajuras. Por outro lado, os ovos malcuidados resultam em machos, chamados de bitus. Durante o voo nupcial, ambos acasalam, mas apenas os machos morrem nesse processo. Após retornar ao solo, a fêmea arranca suas asas e estabelece um novo formigueiro, onde produzirá ovos em uma semana. Os ovos se tornam adultos após cerca de 45 dias. Ao longo dos anos, as formigas aladas constroem novos formigueiros, enquanto a fêmea mantém uma bolota de fungo, que é a principal fonte de alimento das saúvas. Como capturar tanajuras? A forma de capturá-las é bem primitiva e divertida, pois crianças e adultos concorrem no mesmo pé de igualdade com os pássaros em uma maratona. Ganha quem conseguir pegar primeiro: o prêmio é a risada. Munidas de pequenos galhos de árvores ou até mesmo com uma peça da própria roupa, todos correm para acertar as formigas. As voadoras são capturadas e armazenas em uma vasilha — de preferência com tampa, para que as fujonas não escapem. É comum nesse período ouvir o couro das crianças: “cai, cai, tanajura, que teu pai tá na gordura” É uma espécie de ritual para fazê-las baixar o voo. Embora a picada da tanajura seja bem dolorosa, os pequenos não têm medo, uma vez que já dominam a prática de retirar o ferrão. Mas há uma outra forma de capturá-las. Os amantes mais fervorosos da tanajura, assim como os “empreendedores” que veem as formigas como uma boa oportunidade de negócio, vestem uma roupa especial para o Dia D: calça, botas e luvas. O objetivo do look é manter a segurança necessária para a coleta na fonte: o formigueiro. Não importa o local. Os formigueiros mais populares são na beira da estrada, na zona rural e no cemitério. Como preparar tanajuras? A tradição de comer as formigas é uma herança indígena que atualmente faz parte também da culinária nordestina. O preparo é simples. Geralmente a parte inferior (mais conhecida como bunda de tanajura) é extraída e torrada com manteiga ou margarina até ficar crocante e daí feito uma farofa. Algumas pessoas costumam aproveitar a cabeça e os membros da formiga. O sabor é inigualável e indescritível – é o que dizem. Há quem compre em grande quantidade dos “coletores profissionais” para armazená-las no congelador e consumir em outro momento. O preço pode variar entre 30 a 100 reais o litro. Se você quer surpreender seus amigos, receba-os em casa e ofereça tanajuras como tira-gosto quando não for época das formigas. Será um dia memorável… huahuahuahua Aproveite para ler também: Ubajara celebra a fundação da Academia de Letras e Artes

Como prender o turista por mais tempo na cidade?

Rodoviária do Índio, bairro Domicio Pereira, Ubajara-CE

Não imagine um par de algemas, estimado leitor. É força de expressão. O desenvolvimento do turismo nas cidades da Serra da Ibiapaba sempre foi ameaçado pelo dilema: Como prender o turista por mais tempo na cidade? O visitante chega, conhece os principais pontos turísticos em um único dia e vai embora. Se permanecesse por mais tempo, certamente faria a roda da nossa economia girar mais. Uma revolução chamada Turismo O Turismo é uma atividade revolucionária porque envolve a melhoria de TODOS os segmentos, como: limpeza pública, urbanização, iluminação, estradas, atendimento médico, entretenimento, rede hoteleira, comércios, enfim, TUDO. O Turismo não se limita a preparar a cidade para oferecer ao turista o que ele quer. Envolver as pessoas para a construção e preservação da própria história, dos costumes, fortalecendo as culturas e os saberes, é essencial para a evolução das comunidades — e isso também atrai turistas. A natureza foi muito generosa com o clima de Ubajara, a exuberância dos cenários, trilhas e cachoeiras. Entretanto, nem só de potencialidades naturais vive o turismo. É preciso a ação do homem para administrar esse potencial com sustentabilidade e criar outras oportunidades de negócio e fomentar o desenvolvimento. Além do efeito multiplicador da economia que a atividade turística proporciona para o desenvolvimento da cidade, o ponto alto desse tipo de investimento é a melhoria da qualidade de vida e o aumento da autoestima da população. Como atrair o turista por mais tempo Há várias estratégias que a cidade de Ubajara pode utilizar para incentivar os turistas a permanecerem mais tempo na cidade. Algumas delas incluem: Desenvolver atividades turísticas adicionais Ubajara já possui muitas atrações naturais, mas é possível que os turistas estejam procurando atividades diferentes para fazer na cidade. Por exemplo, é possível considerar criar passeios guiados, oferecer opções de aventura, eventos culturais e gastronômicos, entre outros. Melhorar a infraestrutura turística Embora Ubajara já tenha alguma infraestrutura hoteleira, é importante garantir que os turistas tenham uma experiência confortável e agradável. Isso pode ou não incluir melhorias na qualidade dos hotéis, restaurantes e outros serviços turísticos, bem como na  infraestrutura urbana, como transporte público e sinalização turística. Investir em marketing turístico Ubajara tem tudo para se beneficiar de um maior investimento em marketing para atrair turistas de todo o Brasil e do mundo. Isso significa o desenvolvimento de um site turístico para a cidade, publicidade em mídias sociais e em revistas especializadas em turismo, entre outras estratégias. Criar um calendário de eventos É uma ferramenta eficaz para impulsionar o turismo de uma cidade do interior, uma vez que oferece aos visitantes e turistas uma variedade de atividades para desfrutar durante todo o ano. Por exemplo, se a cidade tem um festival anual de música, um evento gastronômico, uma feira de artesanato e um campeonato esportivo, o calendário de eventos anual ajuda a promover e a divulgar cada um desses eventos. Isso permite que as pessoas interessadas se programem com antecedência para viajar e até estendam suas estadias. Oferecer pacotes turísticos completos É importante considerar trabalhar em conjunto com agências de viagens e operadoras turísticas para oferecer pacotes que incluam hospedagem, transporte e atividades turísticas em Ubajara e região. Isso pode incentivar os turistas a permanecerem mais tempo na cidade, já que terão acesso a uma experiência completa e integrada. Uma integração entre os municípios da serra, a elaboração de um calendário de eventos culturais com datas fixas, a criação de um roteiro turístico e muita publicidade digital também são ações relevantes.

Relembrar é Viver: Banda Forró Superid, made in Ubajara

integrantes da formação antiga da banda Forró Superid de Ubajara Ceará

* Matéria do Jornal Folha Ubajarense, Edição n. 4 Set/2005. Qual é a fórmula do sucesso ? Se juntássemos talento, determinação e trabalho, chegaríamos a uma equação aproximada dessa fórmula ? A Banda de Forró Superid, formada por musicistas de Ubajara, é um grupo que conquistou o público porque juntou os três ingredientes citados acima e uma pitada de “algo mais”. História da banda de Forró Superid Tudo começou em 1992 com o sonho de cinco adolescentes: Júnior Vasconcelos (percussão) , Marcelo Silva (violão), Márcio Silva (teclado), Rodrigo Aguiar (bateria) e Leandro Mesquita (vocal). Envolvidos pelos mesmos ideais e influenciados pelo som pop rock de bandas como Legião Urbana, os amigos resolveram se dedicar profissionalmente à música. Os primeiros ensaios do grupo – que foi batizado inicialmente de “Banda Opção”- aconteciam na casa do baterista, Rodrigo Aguiar. As dificuldades enfrentadas foram muitas, principalmente na aquisição de equipamentos musicais. “Tudo começou como uma brincadeira, aprendemos a tocar os instrumentos sozinhos. O Marcelo era o mais habilidoso do grupo e nos ensinava a tocar violão”, afirmou Júnior, ex-percussionista e atual empresário da banda. Forró Superid faz primeiro show na Praça do Relógio Percebendo a necessidade de dar um nome de maior destaque para a banda, em uma das reuniões do grupo, Márcio Silva, tecladista conhecido entre eles como “Popó”, sugeriu a ideia do nome SUPERID. Isso porque ele leu algumas teorias de Freud em que o autor trata de “ego, superego e id”, sendo ID a orte animal do homem, o princípio do prazer. O nome, então, foi acrescido do prefixo SUPER, sugerindo um “super princípio do prazer”. O primeiro convite surgiu e foi em 1992 que o grupo fez sua estreia na Praça do Relógio, ao som de Legião Urbana, com a música: “Ainda é cedo”. Em 1994 aconteceram várias mudanças como a chegada do vocalista Moacir Pantera substituindo Leandro Ribeiro e a transferência do tecladista Márcio Silva para a mesa do controle de som. Os convites foram aumentando e os meninos naturalmente se aperfeiçoando, chegando à fase de mais maturidade da banda, com o contrato para tocar em uma festa na União Operária de Ubajara, no dia 16 de Agosto de 1995, data que o grupo considera como o primeiro trabalho de nível profissional. Integrantes da banda Forró Superid Por ser o forró o ritmo típico do Nordeste, a Banda Superid investiu com afinco nesse estilo, com repertórios de sucesso, contratação de dançarinos e dos vocalistas Cristiane, Leik e Kelly. “Sonho Azul”, “Solidão” e “Melô do Bêbo” são músicas de autoria do grupo, sendo a última a mais pedida. Em agosto desse ano (2005), a banda completou 10 anos de atividades e hoje tem a admiração de muitos fãs espalhados pelo Nordeste e três comunidades no Orkut. O “algo mais”, citado no início dessa reportagem, é o diferencial que a Banda Superid tem de fazer de uma simples festa, um verdadeiro show. A custa de muito trabalho, esses jovens conseguiram renovar todo o equipamento musical, adquiriram novos efeitos de iluminação, três telões que fazem o efeito visual com diversas imagens no palco e um ônibus que foi totalmente personalizado ao estilo da banda, além do caminhão que transporta tudo. O primeiro DVD foi gravado em Teresina recentemente e tem previsão para ser lançado no início de outubro nas lojas da cidade. O próximo projeto da Banda Superid é gravar o 3º CD com o produtor Dorgival Dantas, provavelmente no início do ano. E quanto ao bom e velho rock and roll ? Não foi abandonado. A Banda Superid sempre inova os shows tocando um rock… em ritmo de forró!!! Ouça Forró Superid no Youtube: Aproveite para ler também:

Você já ouviu falar em Schopenhauer?

Schopenhauer: saiba quem foi o filósofo e confira frases e citações.

Arthur Schopenhauer (1788-1860) deixou um grande legado para a história da filosofia. Para ele, a VONTADE é irracional, um impulso cego e a essência de toda a dor e sofrimento. Só podemos ser verdadeiramente livres quando a nossa consciência descobrir a VONTADE como um MAL. A suprema felicidade só pode ser alcançada com a anulação da vontade, teoria que fez com que ele voltasse as atenções para o Budismo. Você deve conhecer a história de Buda. Quando jovem, Buda morava em um palácio luxuoso e, ao fazer um passeio longe das cercanias da riqueza e da ostentação, viu pessoas doentes, velhos, gente morta, coisas que até então ele não acreditava existir. Descobrir a natureza trágica e terrível da existência fez com que ele renunciasse a tudo e buscasse questionamentos para aliviar o sofrimento. Schopenhauer se identificava com essa experiência, quando afirmou: “Aos dezessete anos, sem educação escolar, entendi a miséria do mundo, como Buda em sua juventude ao ver a doença, a dor, a velhice, a morte”. Schopenhauer identificou o inconsciente coletivo Muito antes de Freud nascer, Schopenhauer já afirmava que não somos guiados pela nossa necessidade, mas pela necessidade da nossa espécie – o que depois a psicanálise chamaria de inconsciente coletivo. Ele afirmou que somos dominados por grandes forças biológicas e nos iludimos achando que escolhemos conscientemente o que fazemos. Nietzsche escreveu que a maior diferença entre o homem e a vaca era que a vaca sabia COMO EXISTIR, como viver sem angústia no presente, sem o peso do passado e a preocupação com o futuro. Esse pensamento pertence a Schopenhauer. “A maior sabedoria é ter o presente como objeto maior da vida, pois ele é a única realidade, tudo o mais é imaginação. Mas poderíamos também considerar isso nossa maior maluquice, pois aquilo que existe só por um instante e some como sonho não merece um esforço sério”. Nietzsche disse que sua vida nunca mais foi a mesma depois que comprou um velho exemplar de Schopenhauer num sebo que “deixou aquele gênio dinâmico e lúgubre agir na minha mente”. Tão interessante quanto estudar o pensamento filosófico de Schopenhauer, é saber mais sobre a sua vida familiar. Ele teve uma infância relegada – até porque, naquela época, as crianças eram vistas como imbecis a espera do amadurecimento – e viveu numa família marcada pelo desamor. O pai cometeu suicídio. A mãe, Johanna Schopenhauer, durante o infeliz casamento, permaneceu com um talento adormecido, despertado somente com a viuvez. Meses depois da morte do marido, ela era dona do maior salão literário numa cidade alemã. Escreveu uma série de livros e assim se tornou uma renomada escritora. Mãe e filho tiveram um relacionamento perturbador durante toda a vida. 12 Frases de Schopenhauer para conhecer o filósofo “A satisfação consiste na libertação da dor, que é o elemento positivo da vida”. “O médico vê todas as fraquezas da humanidade; o advogado, toda a maldade; o teólogo, toda a estupidez. “Cada dia é uma pequena vida: cada acordar e levantar um pequeno nascimento, cada manhã fresca uma pequena juventude, cada ir descansar e dormir uma pequena morte. “Um homem só pode ser ele mesmo enquanto estiver sozinho, e se ele não ama a solidão, ele não amará a liberdade, pois é somente quando está sozinho que ele é realmente livre. “A maior das loucuras é sacrificar a saúde por qualquer outro tipo de felicidade. “Toda verdade passa por três estágios. Primeiro, ela é ridicularizada. Segundo, ela é violentamente combatida. Terceiro, ela é aceita como sendo autoevidente. “O talento atinge um alvo que ninguém mais consegue atingir; o gênio atinge um alvo que ninguém mais consegue ver. “A maioria dos homens… não é capaz de pensar, mas apenas de acreditar, e… não é acessível à razão, mas apenas à autoridade. É difícil encontrar a felicidade dentro de si mesmo, mas é impossível encontrá-la em qualquer outro lugar. “Nossa vida é um empréstimo recebido da morte, tendo o sono como juro diário desse empréstimo. “Raramente pensamos no que temos, mas sempre no que nos falta. Portanto, em vez de gratos, somos amargos. “A educação perverte a mente, pois estamos nos opondo diretamente ao desenvolvimento natural de nossa mente ao obter ideias primeiro e observações por último. É por isso que tão poucos homens de aprendizado têm um senso comum tão sólido como é bastante comum entre os analfabetos. Frases de Schopenhauer Aproveite para ler também: