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Parque Nacional de Ubajara hospeda testemunha viva da ação do homem

Ela foi vítima e, ao mesmo tempo, testemunha da ganância do homem nas idades mais remotas da civilização brasileira. Presenciou a vida e os costumes dos povos indígenas. Participou do domínio dos portugueses no terreno brasileiro.

Nome científico: Caesalpinia echinata, mas todos a conhecem como Pau-Brasil, árvore majestosa que mede até 15m de altura, com generosas folhagens e tronco avermelhado. O ano era 1515, uma época em que não havia nenhum tipo de manejo florestal ou preocupação em preservar o meio ambiente.

Segregadas pelo desmatamento desenfreado, as florestas de pau-brasil foram o registro da primeira atividade econômica dos portugueses em território brasileiro. Das árvores eram extraídas a brasileína, um pó avermelhado para o tingimento de tecidos, enquanto a madeira era propícia para a fabricação de móveis.

Portugal, que antes adquiria a brasileína por intermédio dos mercadores que vinham do Oriente, visualizando um futuro promissor pela frente, tornou a exploração do Pau-Brasil posse exclusiva da Coroa.

Os índios eram facilmente convencidos a trabalhar na extração das árvores, pois o homem branco, se aproveitando da ingenuidade deles, os seduziam com presentes, quinquilharias ou objetos como espelhos, facões, machados, entre outras coisas, como forma de pagamento.

O pau-brasil foi considerado extinto, quando em 1928 verificou-se a existência de uma árvore na Estação Ecológica da Tapacurá, em Pernambuco.

O Parque Nacional de Ubajara, unidade de conservação na Serra da Ibiapaba, mantém algumas dessas testemunhas vivas no Centro Administrativo do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade – ICM BIO. Lá, os visitantes podem apreciar o paisagismo do pau-brasil e outras árvores majestosas que ajudam a vivenciar a História do Brasil.

De Monique Gomes para o Jornal Folha Ubajarense.