José Enildo Elias Bezerra, natural de Caruaru-PE, professor do IFCE – Campus Ubajara. Realizou o estágio pós doutoral na Universidade de Lisboa, é doutor em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Autor de três livros, reconhecido por suas contribuições marcantes no campo educacional, sobretudo no ensino de língua portuguesa e na formação experiencial de adultos.
Em Dezembro de 2023, em sessão solene na Câmara de Vereadores da cidade de Ubajara, recebeu o título de Cidadão Ubajarense.
Manuel Ferreira de Miranda
Nasceu na cidade de Granja em 02 de agosto de 1886, posteriormente, sem ter recursos financeiro não realizou os estudos secundários, contudo, é uma personalidade que projeta em primeiro plano nos ciclos intelectuais e jornalísticos do início do século XX até meados da década de 50 no Estado do Ceará.
O autor escreveu diversas poesias, sonetos, contos e prosas. Fundou em Ubajara, lugar em que foi viver ainda moço, o jornal “A Ibiapaba” em parceria com Craveiro Filho tendo feito circular antes em 1909 com José de Vasconcelos e o jornal “O Serrano”.
Em 1924 iniciou a publicação da “Gazeta da Serra” que permaneceu em circulação até 1929, ano que fundou na capital ovespertino “À Tarde”.
Na obra intitulada “Memórias de Manoel Ferreira de Miranda” “O EMES”, de Maria Oirta Gomes Miranda, publicada em 2006 pela Editora Ottoni, é possível identificar várias crônicas, prosas, poemas, sonetos e notícias dos jornais de diversos períodos.
Manuel Miranda foi um incansável trabalhador, desdobrou sua profícua atividade no comércio como lojista e farmacêutico, experiente e largamente consultado na política, exerceu marcante e duradoura influência entre seus munícipes com uma participação ativa nas primeiras reuniões da Câmara de Vereadores do atual munícipio de Ubajara – CE entre os anos de 1916 e 1917, mas, foi na atividade literária, precisamente no jornalismo que sua pujante inteligência brilhou com intensidade fulgor.
Apesar de ter vivido na vila de Ubajara, posteriormente município, Miranda juntou a esperança nos caminhos em busca do seu ideal. Como redator do vespertino “À Tarde” na cidade de Fortaleza teve como colaboradores Papy Junior e Perboyre Silva.
Miranda é dono de um de estilo ameno versando temas de interesse voltado para o cotidiano em sua aparente simplicidade em seus artigos, sempre assinados como “EMES”. Ele gozava da preferência do público leitor pela urbanidade do trato e pelo fino traço de humorista que permeava as frases muito bem elaboradas.
O autor ressaltava os aspectos tradicionais e folclóricos do Ceará, em especial da Serra da Serra da Ibiapaba. Publicou dois livros nos quais enforcam universos culturais do Ceará. Dentre as histórias que compõem o volume, podemos mencionar em destaque o herói de Itaguaruna na narrativa patética da bravura de uma criança.
Na obra “Milagre do Coração”, no qual o autor esboça uma definição de um idioma primitivo e eterno com os olhos da alma de todas as línguas, expressão eloquente dos corações que vibram nas áreas insondáveis de todos os peitos humanos, o rezador trata da crendice popular entre os sertanejos da cura de animais pelo rastro a força da oração dos regadores ou curandeiros. Dispensando-se até a presença do inferno em sua apreciação, o autor tece verdadeiro inspirado paralelismo entre rezar e orar.
O segundo livro, “Cousas que Acontecem”, alcançou duas edições, perfazendo um total de 3000 exemplares. Na obra ressalta-se os tipos populares e lendas da Ibiapaba como em “O Mártir” que reconta a história do vaqueiro Zé da luz, cuja sepultura em um lugar chamado Pindoba, localizado no município de Ibiapina.
Manoel Ferreira de Miranda Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 22/07/1955.