Em um aniversário marcante, aos 11 anos, Edmundo recebeu um presente especial da querida professora: uma cartilha com capa de papelão.
Ele carregava um profundo amor pela vida e pelas pessoas que cruzavam seu caminho. Prova disso é que guardou a cartilha para sempre como símbolo de gratidão e carinho pela professora.
“Pela ternura, modéstia e sabedoria que caracterizam sua pessoa, receba do seu mimoso onde moras, rodeada de anjos, um beijo deste seu aluno, já com 71 anos e oito meses de existência” — declarou, por escrito, o aluno aplicado.
A criança de outrora traçou sua jornada entre os corredores do Seminário Dom José Tupinambá da Frota, em Sobral.
Mas, como um pássaro que anseia por horizontes mais amplos, Edmundo alçou voo para São Paulo, cidade de promessas e desafios.
Nos intrincados caminhos urbanos, semeou os votos sagrados de uma união terrena, colhendo, assim, os frutos da paternidade: três filhos que iluminaram a sua existência.
Mesmo longe, em meio aos cenários ruidosos da grande São Paulo, o coração de Edmundo permanecia sintonizado com o pulsar tranquilo de Ubajara.
Dessa forma, decidiu transformar a saudade em uma obra tangível e afetuosa por meio d’ O Senhor da Canoa”. Uma revista impressa onde as páginas eram como barcos navegando pelas memórias de um homem apaixonado pela terra natal.
Em cada edição, Edmundo tecia narrativas que desenhavam os contornos familiares, os aromas das ruas conhecidas, as festas da sua mocidade e as vozes que ecoavam pelas paisagens que tanto amava.
A revista tornou-se não apenas uma celebração à Ubajara, mas um laço que unia corações distantes, uma ponte de nostalgia entre a metrópole pulsante e a quietude do interior.
Ubajara florescia nas páginas da revista, reavivando não apenas lembranças, mas a própria essência da cidade que se tornou o coração de Edmundo Macedo.
Assim, Edmundo Macedo se transformou em um verdadeiro embaixador do amor à Ubajara, deixando um legado de gentileza e generosidade para as gerações futuras.
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