Sobre o Quarteto de Mário Quintana:
Dizem-se amigas… Beijam-se… Mas qual!
Haverá quem nisso creia?
Salvo se uma das duas, por sinal,
For muito velha, ou muito feia…
Eu custo a acreditar que não existe amizade sincera entre mulheres, mas eu tenho uma amiga bonita que diz ter dificuldades em se relacionar com outras. Parece que a mulher bonita é vista como uma predadora voraz, uma devoradora do homem dos outros. Esse sentimento fica coisificado no ar, impregnado no ambiente. E ela sente, pressente e se entristece (estamos falando de uma mulher bonita e sensível).
PAUSA: Ser considerada bonita ou não é uma coisa muito relativa. Bonita do ponto de vista de quem? Da nossa cultura, do modismo? Que mérito alguém pode merecer por ser considerado belo ou bela? O que ele ou ela fez para nascer assim?
As amizades da infância ou outras de tempos remotos quase sempre não representam um problema para a mulher bonita, porque elas já se conhecem o suficiente pra saber que uma não vai ficar competindo com a outra em nada – ou não. Às vezes pode até pintar algum tipo de inveja, porque tem mulher que é muito observadora – é por essas e por outras que se ouve falar que elas se arrumam para impressionar umas às outras.
Já as amizades mais recentes – essas são um problema. Mesmo bacana e inteligente, a mulher bonita é obrigada a provar, com uma frequência apavorante, que não quer roubar o flerte/namorado/marido da outra. Isso parece idiota, mas é estressante. Ela acaba desistindo de fazer novas amizades e se isola num casulo.
As mulheres precisam se despir (opa!) de todo o preconceito e jogar no mesmo time das outras, ser cúmplices, parceiras, se reunir mais, jogar conversa fora. Precisam exorcizar alguns fantasmas para viver melhor. Ser feliz é coisa simples, mas há quem complique.