“A punição de um homem deve servir a um propósito. Assim que um homem é enforcado ele se torna inútil”. Com essa citação de Voltaire, o personagem de Cuba Gooding Jr. começa um diálogo com uma das presidiárias, menor de idade, para que ela compreenda a necessidade de amadurecer.
O filme se chama Luz de Fogo (2012). A garota é incentivada a mergulhar no universo da leitura, se interessa pelo Mito da Caverna, de Sócrates, e essa metáfora é muito bem retratada em alguns momentos do filme.
Advogado, Cuba Jr. atua como uma espécie de amigo, conselheiro, psicólogo e tutor de um grupo de mulheres que participa de um projeto no presídio que é, nada mais, nada menos, que a única forma de recuperar o ser humano: alimentando a dignidade.
Elas trabalham como voluntárias encarregadas de apagar incêndios florestais e auxiliam pessoas em desastres naturais. Salvam a vida de outros ao mesmo tempo em que salvam as próprias vidas.
“Eu criei a Equipe 9 porque queria mudar a forma com que essas garotas se enxergam. Fiz isso porque queria que elas se sentissem fortes e que elas vissem outras pessoas respeitarem essa força. E não dá para sentir isso trancado em uma sela”, justifica o personagem de Cuba Jr.
Se a dignidade não recuperar o ser humano, o que mais poderá recuperá-lo?
Luz de Fogo é mais um filme da série: “Coisas que gostaríamos de ver no Brasil”…