“Nenhum prazer é uma coisa ruim em si. Mas as coisas que proporcionam prazer, em certos casos, acarretam perturbações muitas vezes maiores do que os próprios prazeres”, dizia o filósofo.
Beber álcool é prazeroso, e Epicuro era conhecido por beber uma taça de vinho, mas beber álcool em excesso, como todos sabem, tem consequências desagradáveis.
A manhã seguinte costuma ser acompanhada de um desconforto enorme. O mesmo se aplica a empanturrar-se de comida. Na hora, excita os sentidos, mas depois vem a dor de estômago e possivelmente, a longo prazo, problemas de saúde.
O argumento de Epicuro era que certos prazeres produziam consequências muito piores do que o prazer original. A solução para tornar as pessoas mais felizes consistia mais em remover as fontes de dor, em não se entregar aos prazeres sensuais para satisfação momentânea.
Aqui estão os tipos definidos pelo filósofo:
O prazer cinético ou móvel pode nos colocar em situações inesperadas, causar turbulência interior e dor mental. É aquele que nos estimula e nos deixa agitados ou excitados.
É estável e nos mantêm calmos e imperturbáveis, como: curtir a companhia de amigos, assistir a um lindo nascer do sol ou saborear um alimento. O prazer catastemático mantêm nosso estado de ataraxia (tranquilidade).
Visto que o prazer é a sensação que ocorre quando um desejo é satisfeito, Epicuro explicou que é útil examinar os nossos desejos para ver que prazeres eles procuram. Para isso, classificou os desejos desta forma:
Desejos são aqueles que surgem das nossas necessidades físicas básicas, como as necessárias à manutenção da vida, como água e comida. Deveríamos reduzir nossos desejos apenas a esses.
Desejos que estão na natureza humana, mas não são necessários para a sobrevivência, como alimentos exóticos e roupas extravagantes. Poderíamos tê-los, mas devemos ter cuidado para não ficarmos viciados neles.
Os desejos vãos e vazios não têm limite natural e são difíceis de satisfazer. Baseamos esses desejos em opiniões falsas. Deveríamos eliminá-los.
Embora os epicuristas acreditem que os seres humanos querem procurar o prazer e evitar a dor, devemos ser éticos e garantir que não buscaremos os próprios prazeres à custa dos outros.
O amor reconhecido por Epicuro proporciona um prazer imenso e também nos causa uma dor terrível. Mas a dor que causa, como o ciúme e a ansiedade da separação, é uma parte inevitável da experiência.
Não podemos experimentar o amor em toda a sua glória sem sentir alguma dor. Como a própria vida, isso não acontece sem a morte.
Embora a morte seja a pior coisa que já aconteceu a qualquer um de nós, não é algo a temer ou criticar. Não podemos ter direito às alegrias da vida enquanto escolhemos escapar da agonia da morte.
Como tudo no universo, a morte é o limite máximo da vida humana. E quando chegarmos a esse ponto final, dizem os epicuristas, devemos aceitar com calma a lei inevitável da natureza, ainda mais na velhice.
Depois que morremos, nossos átomos se apagam e se recombinam em outra coisa. Esse é o nosso fim absoluto. A morte não deveria nos causar tristeza, desde que possamos dizer que vivemos uma vida feliz.
Os epicuristas também argumentavam que os deuses, se existissem, não tinham interesse na vida dos humanos. Os deuses são seres perfeitos e por isso vivem suas vidas em ataraxia.
Se interviessem em vidas humanas, isso perturbaria a sua ataraxia divina. Portanto, não há necessidade de temer a ira dos deuses.
Assim, também, não existe um sistema cósmico de vida após a morte ou de um dia de julgamento. E isso nos dá mais motivos para viver uma vida de prazeres na terra enquanto ainda podemos.
CURIOSIDADE: Epicuro recebe o crédito por ter desenvolvido uma das primeiras teorias do átomo, chamada atomismo epicurista. Ele professou que tudo é composto de partículas minúsculas, indivisíveis e invisíveis chamadas átomos. No entanto, a filosofia atomista foi proposta pela primeira vez por Demócrito.
O Paradoxo de Epicuro, também conhecido como o “problema do mal”, é uma questão filosófica clássica que aborda a aparente incompatibilidade entre a existência do mal e a existência de um deus benevolente e onipotente.
A tentativa de resolver esse paradoxo leva a diversas reflexões e discussões na teologia e filosofia da religião. Algumas respostas comuns incluem:
Algumas correntes de pensamento argumentam que o mal é resultado do livre arbítrio concedido por Deus aos seres humanos.
Algumas visões sugerem que o mal serve a um propósito maior, seja como um teste para o crescimento moral, uma lição para a humanidade ou parte de um plano divino mais amplo.
Algumas interpretações afirmam que Deus pode ser benevolente, mas não pode impedir todo mal devido a limitações inerentes à existência humana.
O Paradoxo de Epicuro continua a ser um tema de discussão e reflexão, abordado por teólogos, filósofos e estudiosos ao longo da história.
Cada resposta proposta levanta questões adicionais e desafia a compreensão tradicional da natureza divina.
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