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A violência patrimonial é uma agressão silenciosa

A atriz Larissa Manoela tornou público o conflito com os pais. Segundo ela, enquanto o casal ficava com 98% dos lucros do seu trabalho, a ela restava apenas 2% — isso em apenas uma das empresas que engloba a maior parte dos contratos, pagamentos e patrimônio adquirido.

A violência patrimonial, uma das formas de agressão que acontece no âmbito familiar, é apenas uma entre várias maneiras pelas quais os pais podem causar danos emocionais aos filhos.

Enquanto abusos físicos e sexuais são formas evidentes de maus-tratos, outras maneiras de relacionamento parental também prejudicam a vida de uma pessoa.

Violência psicológica X Violência Patrimonial

violência patrimonial é uma forma de agressão silenciosa.

A violência patrimonial e a violência psicológica são duas formas distintas de abuso que podem acontecer em relacionamentos, especialmente no âmbito familiar ou conjugal.

Embora ambas sejam prejudiciais, elas envolvem aspectos diferentes:

Violência Psicológica

A violência psicológica envolve comportamentos e palavras que têm como objetivo manipular, desvalorizar, intimidar ou prejudicar emocionalmente a vítima.

Isso inclui insultos, ameaças, humilhação, controle excessivo, isolamento social, chantagem emocional e qualquer forma de desrespeito à integridade emocional.

O objetivo é minar a autoestima e a confiança da vítima, causando danos psicológicos duradouros.

Violência Patrimonial

A violência patrimonial são a ações que têm como alvo a propriedade e os recursos financeiros de uma pessoa com o objetivo de controlar, prejudicar ou manipular a vítima.

Isso pode incluir a destruição de bens, retenção de dinheiro, negação de acesso aos recursos financeiros, transferência de propriedade sem consentimento, entre outros.

Esse tipo de violência busca exercer controle econômico sobre a vítima, tornando-a dependente e limitando sua autonomia financeira.

Em resumo, a violência patrimonial está ligada à manipulação e controle dos recursos financeiros da vítima, enquanto a violência psicológica concentra-se em manipular e controlar a mente e as emoções da pessoa.

Veja também:

O caso Larissa Manoela

A violência patrimonial ou financeira é uma agressão silenciosa que destrói o lar.

Blenda Oliveira, uma psicóloga especialista em relações familiares, oferece uma perspectiva aprofundada sobre os rumores de conflitos entre Larissa Manoela e os pais.

Ela destaca a presença de toxicidade nas relações parentais e esclarece:

“Desde a infância, as crianças podem sentir a pressão de corresponder às expectativas e desejos dos pais. As relações entre pais e filhos devem ser fundamentadas no respeito, na liberdade de escolha e no direito de cada filho construir sua própria jornada, seus próprios valores e responsabilidade”.

Para aqueles que enfrentam pais tóxicos, é crucial considerar a possibilidade de se afastar da situação, visando manter uma vida independente, semelhante à escolha feita por Larissa Manoela.

É também responsabilidade dos filhos assumir o controle de suas vidas e, quando viável, estabelecer limites saudáveis por meio do diálogo para definir os limites da relação.

A psicóloga ressalta que o diálogo é fundamental, mas há momentos em que isso não é suficiente. Em alguns casos, uma relação difícil entre pais e filhos requer afastamento ou gerenciamento do convívio.

Decisões que envolvam a ruptura total devem ser cuidadosamente avaliadas, com a consciência de que todas as opções foram exploradas.

“É essencial compreender que os filhos cometem erros, acertam e suas decisões não refletem desamor ou abandono por parte dos pais. Eles podem ter opiniões diferentes e ainda serem amados. Os pais devem cuidar do bem-estar de seus filhos, amá-los e orientá-los, mas acima de tudo, respeitar suas vontades e decisões“, declara a psicóloga.

Ela finaliza enfatizando que, como pais e cuidadores, é vital reconhecer suas próprias imperfeições, construir relacionamentos nos quais os erros, dúvidas e obstáculos enfrentados pelos filhos sejam tratados com compreensão, incentivando-os a traçar novos caminhos e buscar novas tentativas.

Você já passou por algum caso de violência patrimonial? Deixe um comentário.


Por Monique Gomes, jornalista, cinéfila e livre de glúten