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Deepfakes: 65% das pessoas não sabem identificar

Revista de Entretenimento

Uma pesquisa da Accenture Technology Vision 2022 revelou que 65% dos consumidores globais não sabem identificar deepfakes ou conteúdo sintético.

Isso é preocupante, pois as imagens falsas são capazes de enganar as pessoas, especialmente quando se trata de vídeos ou áudios.

O que são deepfakes?

Esses rostos podem parecer realistas, mas foram gerados por um computador, ou seja, são deepfakes.
Esses rostos podem parecer realistas, mas foram gerados por um computador.
Foto: divulgação

Deepfakes, uma combinação das palavras “deep learning” e “fake”, refere-se a mídia digital manipulada que substitui a aparência de uma pessoa de forma convincente. 

Envolve o treinamento de um modelo de aprendizado de máquina, como uma rede neural, para gerar imagens, vídeos ou áudios que imitam a imagem ou o som de uma determinada pessoa ou objeto.

A tecnologia é capaz de combinar imagens e sons de forma tão convincente que você pode acabar acreditando em coisas que nunca aconteceram.

Imagine só o presidente ucraniano anunciando rendição às tropas da Rússia com uma bandeira de paz ou o papa vestido em alta costura.

Parece absurdo, não é? Mas é exatamente isso que os deepfakes são capazes de fazer.

[ Como Fake News são usadas para disseminar ódio, medo e influenciar eleições ]

Tipos de deepfake

Existem várias abordagens para gerar arquivos falsos, dependendo da fonte do material manipulado e da finalidade.

Vídeo 

O método usa um codificador automático deepfake baseado em redes neurais para analisar os atributos relevantes do vídeo de origem, como expressões faciais e linguagem corporal. 

Áudio 

A tecnologia clona a voz da pessoa, criando um modelo baseado em padrões vocais. Dessa maneira, é possível fazer a voz dizer qualquer coisa desejada. 

Sincronização labial

Envolve o mapeamento de uma gravação de voz para o vídeo, fazendo parecer que a pessoa está falando as palavras na gravação. 

Impactos Negativos

brisa travessia
As deepfakes foram tema na novela Travessia, da TV Globo, onde a protagonista Brisa foi transformada em uma sequestradora de crianças através da Inteligência Artificial.

Com a disseminação da inteligência artificial, mais pessoas têm acesso a técnicas de edição que permitem criar conteúdos sintéticos extremamente bem-feitos. E não pense que isso é apenas para fins humorísticos.

Os deepfakes podem ser usados para disseminar desinformação, prejudicar a reputação das pessoas e até mesmo chantageá-las.

Portanto, é importante ficar atento e não acreditar em tudo que vemos.

A inteligência artificial e o aprendizado profundo não são um problema em si, mas é preciso estar consciente dos riscos que os deepfakes representam.

Como identificar um deepfake?

Para determinar se o conteúdo foi manipulado, é essencial prestar muita atenção aos detalhes.

Verifique a fonte

Compare o conteúdo de origem com o suspeito para encontrar inconsistências, como diferenças de iluminação, plano de fundo ou perspectiva.

Procure por artefatos visuais

Deepfakes geralmente tem bordas borradas ou distorcidas ao redor do rosto ou do corpo, iluminação ou sombras irregulares, além do movimento dos olhos.

Ouça o áudio

Áudios adulterados podem ser detectados ouvindo inconsistências no tom e ruído de fundo, o que pode indicar manipulação.

Examine os movimentos humanos

As manipulações nem sempre imitam movimentos faciais ou corporais naturais, como piscar ou respirar, com a mesma precisão que os vídeos reais.

Como você viu, não é fácil identificar as deepfakes, sobretudo porque as inteligências artificiais estão evoluindo cada dia mais. Portanto, seja bastante observador e não compartilhe em caso de dúvidas.

Por Monique Gomes

Jornalista, copywriter, cinéfila e livre de glúten.