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Qual a culpa do lixo eletrônico no aquecimento global?

Os equipamentos elétricos e eletrônicos continuam aumentando em todo o mundo, impulsionados pelo constante avanço tecnológico e crescente demanda por dispositivos modernos.

Esses avanços trazem consigo inúmeros benefícios: facilitam a nossa vida, otimizam comunicação e produtividade. Por outro lado, o crescimento acelerado traz um desafio: o aumento alarmante do lixo eletrônico.

O que é lixo eletrônico?

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Os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) são compostos por uma variedade de produtos, incluindo: eletrodomésticos, computadores, televisões, celulares, baterias, lâmpadas fluorescentes compactas e outros.

São objetos que contém muitos metais pesados, como: chumbo, mercúrio e cádmio prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana (exemplo: câncer, problemas reprodutivos e danos ao sistema nervoso).

Segundo Alex Pereira, presidente da Coopermiti, e de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas) , o cenário regulatório mundial para o lixo eletrônico é considerado frágil.

Os dados revelam que atualmente apenas 78 dos 193 países (o equivalente a 40% do total) possuem políticas, legislações ou regulamentos específicos para lidar com o problema do lixo eletrônico.

Resíduos de equipamentos e aquecimento global

Confira o papel significativo que o lixo eletrônico tem na visão do especialista Alex Pereira.

Descarte inadequado

Muitas pessoas descartam dispositivos eletrônicos de maneira incorreta, tais como jogá-los no lixo comum ou nos conhecidos pontos viciados que encontramos em nossas cidades ou em aterros sanitários.

Quando isso acontece, os materiais podem liberar substâncias tóxicas, contribuir para a emissão de gases de efeito estufa, além de representarem riscos para a saúde humana.

Produção e extração de materiais

A fabricação de dispositivos eletrônicos requer a extração de recursos naturais, tais como metais preciosos e minerais raros. Muitas vezes envolve processos que emitem gases de efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global. Além disso, a produção em si consome uma quantidade significativa de energia, grande parte proveniente de fontes não renováveis, como os combustíveis fósseis.

Consumo de energia

Dispositivos eletrônicos consomem energia durante seu uso. Quanto mais eletrônicos são produzidos e utilizados, maior é a demanda por eletricidade, que em alguns locais é gerada por meio de combustíveis fósseis. A queima de combustíveis fósseis para geração de energia elétrica libera grandes quantidades de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono (CO2), contribuindo para o aquecimento global.

Falta de reciclagem adequada

Muitos países não possuem sistemas eficientes de reciclagem de lixo eletrônico. Como resultado, uma quantidade significativa de eletrônicos acaba em aterros ou é exportada para países em desenvolvimento, onde o descarte pode ser realizado de forma inadequada, inclusive com exploração de mão de obra infantil.

A reciclagem adequada de eletrônicos reduz a necessidade de extração de recursos naturais, economiza energia e evita a emissão de gases de efeito estufa, além de gerar trabalho digno e renda.

É importante destacar que o lixo eletrônico é apenas um dos muitos fatores que contribuem para o aquecimento global. No entanto, abordar o problema do lixo eletrônico por meio da reciclagem adequada, do prolongamento da vida útil dos dispositivos e da redução do consumo desnecessário pode ajudar a mitigar seus impactos negativos no clima e no meio ambiente.


Por Monique Gomes, jornalista, cinéfila e livre de glúten