Os eventos acontecem em algum lugar da Chapada da Diamantina. Os principais fatos que corroboram essa conclusão são:
Em entrevista a Leandro Karnal, o autor afirmou que Jarê é uma religião voltada para a cura do corpo e do espirito das pessoas em uma época que não existiam médicos.
O livro fala de problemas do passado que ainda persistem na sociedade. As duas irmãs crescem num contexto de trabalhadores descendentes de escravos em uma fazenda no sertão da Bahia.
Continuam vivendo em um regime próximo à servidão, no qual os donos da terra permitem que as pessoas morem ali desde que trabalhem e não ergam casas de tijolos.
A narrativa apresenta a rotina árdua das personagens que passam grande parte da vida trabalhando na terra, enfrentando a seca, a fome e a falta de recursos.
Além de retratar a vida no campo, o livro também mostra temas como desigualdade social e racismo. A cor da pele é um fator determinante para a vida dos personagens.
Bibiana e Belonísia são negras e, por isso, são alvo de preconceito e discriminação por parte dos brancos da região que, apesar de serem pobres, possuem mais recursos e oportunidades que os primeiros.
Torto Arado também aborda a luta pela terra e a resistência negra no Brasil. A fazenda em que Bibiana e Belonísia trabalham é propriedade de um latifundiário branco que explora os trabalhadores rurais da região.
O livro possui 3 narradoras – Bibiana, Belonísia e Santa Rita Pescadeira.
Acompanhamos a história da família sobre o ponto de vista de Bibiana. Nessa parte, as irmãs passam por uma situação de perigo que irá marcar suas vidas para sempre.
Os eventos são revisitados na perspectiva de Belonísia, que tem uma maneira única de ver o mundo devido ao acidente que sofreu. Ela também mostra detalhes do relacionamento com Tobias.
A terceira parte do livro, chamada Rio de Sangue, introduz uma nova narração de uma entidade “encantada” que rege a vida dos protagonistas, chamada Santa Rita Pescadeira.
Este personagem se cruza com os protagonistas, ajudando-os a lutar contra a perversidade dos homens e a luta pela terra. A força do oculto é revelada, e se torna uma forma de as irmãs atacarem suas dificuldades.
Enquanto a narração de Bibiana é cativante, a de Belonísia acrescenta uma força pulsante à história. Através da conexão mística com seu povo, terra e ancestralidade, ela fornece uma visão realista da comunidade.
Entidade do Jarê e a única personagem real do livro. O autor trabalhou na personagem para conduzir a vida dos outros personagens, e no final ela toma a palavra e termina de contar a história.
Essa resposta nos é dada já na conclusão da primeira parte do livro. Quem perde a língua é Belonísia, fato essencial para entender o motivo do nome da obra.
Só é possível compreender o origem do título Torto Arado e seu significado na metade da parte 2 da obra.
Belonísia perdeu parte da capacidade de fala quando foi mutilada por uma faca e as pessoas passam a não compreender mais o que sai de sua boca.
Inconformada, decide treinar uma palavra para começar a recuperar a fala, e uma das que ela mais gosta é “Arado”, mostrando a sua relação forte com a terra.
Após treinar várias vezes a palavra, a protagonista não consegue pronunciar corretamente, e a palavra sai “torta”. Assim, Torto Arado.
Torto Arado é uma obra importante para a literatura negra brasileira, que tem ganhado cada vez mais destaque nos últimos anos.
A obra de Itamar Vieira Junior nos mostra a importância de dar voz às pessoas que são marginalizadas e oprimidas, e de contar histórias que muitas vezes são esquecidas.
O livro é uma excelente opção para quem deseja compreender melhor a realidade do nosso país.
A literatura negra brasileira tem muito a ensinar sobre a nossa própria história e a luta por justiça e igualdade. Se você ainda não leu o livro, não perca mais tempo e adquira já o seu exemplar.
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Mulherzinhas: conheça a história que inspira gerações
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Se você está pesquisando Spoilers de Torto Arado, veio ao lugar certo. O livro foi publicado em 2019, mas rapidamente se tornou um grande sucesso, recebeu prêmios literários importantes – como Oceanos, Leya e Jabuti – e é aclamado pela crítica.
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Autor: Itamar Vieira Junior
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