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Sabina, Jung, Freud e o pioneirismo da psicanálise

O filme Um Método Perigoso (2011 — disponível no Prime Video) gira em torno da história pouco conhecida, mas aparentemente verdadeira de Sabina, Jung Freud.

Ela, uma jovem russa problemática que foi paciente dos dois grandes psicanalistas.

A história foi contada pela primeira vez no livro não-ficção de John Kerr, Um Método Muito Perigoso. Logo depois, retratada no filme Jornada da Alma (2002), do diretor italiano Roberto Faenza.

Parte dos acontecimentos permaneceram desconhecidos até 1977, quando diários e cartas de Sabina escondidos no porão de um palácio em Genebra foram encontrados.

Quem foi Sabina Spielrein

Sabina Spielrein (1885-1942) foi uma médica russa e uma das primeiras mulheres psicanalistas. Nasceu em uma rica família judia. 

Em 1904, com 19 anos, foi internada em um hospital psiquiátrico, aparentemente sofrendo de sintomas do que era então conhecido como histeria.

Ela se tornou paciente do psicanalista Carl Jung, que a descreveu como “voluptuosa” e com uma “expressão séria e sonhadora“. 

Jung estudou as técnicas de Freud e, em 1906, escreveu uma carta ao famoso psicanalista para pedir conselhos sobre um caso desafiador envolvendo a jovem russa.

Jung e Freud logo se tornaram amigos e confidentes intelectuais e o primeiro frequentemente se correspondia com seu colega sobre Sabina.

Relacionamento: Sabina, Jung, Freud

Sabina se tornou a assistente de laboratório de Jung e, mais tarde, entrou na faculdade de medicina, onde estudou psiquiatria por sugestão dele.

Muitos acreditam que ela e Jung também se envolveram romanticamente, embora a extensão do relacionamento tenha sido debatida.

Essas sugestões são baseadas nas cartas trocadas entre os dois, bem como nas anotações do próprio diário de Sabina. 

Enquanto alguns sugerem que o relacionamento era puramente emocional, o historiador e psicanalista Peter Loewenberg argumenta que o caso era sexual e, portanto, uma violação da ética profissional de Jung. 

Nenhuma cinza, nenhum carvão pode queimar com tanto brilho

como um amor secreto do qual ninguém deve saber.

– Sabina Spielrein, de seu diário, 22 de fevereiro de 1912

Depois de trabalhar na Alemanha e na Suíça, Sabina acabou retornando à Rússia e desempenhou um papel fundamental na introdução da psicanálise. Durante a década de 1930, o marido morreu e seus três irmãos, Isaak, Emil e Jean, foram mortos durante o reinado de terror de Stalin.

Em 1942, ela e as filhas foram assassinadas por um esquadrão da morte alemão junto com milhares de outros cidadãos locais. Suas contribuições para a psicologia foram esquecidas por muitos anos até as cartas e o diário serem encontrados e publicados.

Contribuições para a psicologia

Sabina Spielrein teve um efeito direto no desenvolvimento da psicanálise, assim como no crescimento das próprias ideias e técnicas de Jung. No entanto, seria errado sugerir que essa foi a única contribuição dela para a psicologia.

Ela foi a primeira pessoa a introduzir a ideia dos instintos de morte, um conceito que Freud posteriormente adotaria como parte de sua própria tese. Além de apresentar a psicanálise à Rússia, Sabina também influenciou outros pensadores da época, incluindo Jean Piaget e Melanie Klein.

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