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Palavras nas Paredes do Banheiro Explicado

Palavras nas Paredes do Banheiro (2020/Netflix) é uma combinação de romance adolescente com uma abordagem sensível sobre doença mental. 

O filme conta a história de Adam Petrazelli (Charlie Plummer), um estudante do ensino médio que quer ir para a escola de culinária após a formatura.

Depois de ter um surto psicótico na aula de química, ferindo um colega e sendo expulso no processo, ele é diagnosticado com esquizofrenia.

>>> O que você vai ler neste post:

  • Por que o filme se chama Palavras nas Paredes do Banheiro?
  • Por que Adam ouve vozes?
  • Quem são os amigos imaginários de Adam?
  • Qual a reação de Beth, mãe do Adam?
  • Efeito rebote
  • O padrastro de Adam é mau?
  • Adam não acredita em Deus?
  • Ficção X Realidade

Por que o filme se chama Palavras nas Paredes do Banheiro?

Adam Petrazelli (Charlie Plummer) cena do filme Palavras nas Paredes do Banheiro FINAL EXPLICADO
Adam Petrazelli (Charlie Plummer) cena do filme Palavras nas Paredes do Banheiro FINAL EXPLICADO

O nome do filme é uma referência direta às mensagens escritas pelos estudantes nas paredes do banheiro da escola frequentada por Adam.

Ele é retratado como alguém que enfrenta bullying e discriminação devido à condição de esquizofrenia. As palavras ofensivas nas paredes do banheiro refletem a hostilidade e o preconceito que ele enfrenta diariamente.

Por que Adam ouve vozes?

Adam tem esquizofrenia, uma condição séria que afeta a maneira como vê o mundo. Essa doença pode fazer com que ele veja e ouça coisas que não existem e pode deixá-lo confuso e desorganizado em seus pensamentos e ações.

Imagine estar em aula de química, fazendo um experimento com o melhor amigo, quando de repente você sente que está sendo atacado? Adam passou por algo assim e acabou causando um acidente terrível.

Ele às vezes ouve vozes estranhas e até tem três amigos “imaginários”.

Quem são os amigos imaginários de Adam?

Rebecca (AnnaSophia Robb)

É uma moça hippie amorosa e otimista. Adam, que narra grande parte do filme e se dirige diretamente à câmera como substituto do psiquiatra, descreve Rebecca como Dalai Lama: sempre zen. 

Joaquin (Devon Bostick)

É a personificação da libido de Adam, está sempre pensando em sexo, lendo revistas de conteúdo adulto etc. Bostick é perfeito como alívio cômico, neutraliza momentos tensos e rouba cenas com apenas um sorriso malicioso.

O Guarda-costas (Lobo Sebastian)

Ele representa a raiva de Adam: é muito protetor e rápido em agir, espreita por perto e empunha um bastão sempre que Adam se sente ameaçado. 

Embora os três atores sejam incríveis, esse conceito de fragmentos de identidade parece se confundir com transtorno dissociativo de identidade.

Qual a reação de Beth, mãe do Adam?

Após o diagnóstico de Adam, sua mãe, Beth (Molly Parker), se dedica a aprender tudo o que pode sobre a doença – lê todos os livros e fóruns on-line sobre o assunto, levando Adam a todos os especialistas que puder encontrar e, eventualmente, inscrevê-lo em um medicamento clínico.

Ela também o matricula em uma nova escola (uma academia católica particular) na tentativa de ajudá-lo a começar do zero e terminar o ensino médio para que ele possa perseguir seu sonho como chef profissional. 

Por que Adam para de tomar os remédios?

Ele para de tomar os novos remédios quando percebe que o preço por ter menos alucinações e episódios paranoicos é alto. Isso porque aparecem uma série de efeitos colaterais físicos, como mãos trêmulas — ele também perde o paladar, o que é um obstáculo para alguém que sonha em ser um chef de cozinha.

Efeito rebote

Com a falta dos medicamentos, a esquizofrenia volta com tudo. Então os personagens que ele via começar a reaparecer. Além do mais, surge uma presença escura com uma voz distorcida dizendo que todos os seus piores medos são verdadeiros. As vozes também o confundem dizendo coisas irreais.

O padrastro de Adam é mau?

Paul (Walton Goggins) o namorado que mora com Beth, aparece quase como o vilão no início do filme, enquanto luta para lidar com o fato de ser o novo padrasto de um adolescente esquizofrênico.

Para completar o quadro, Beth engravida, o que deixa Adam ainda mais enciumado com a presença do padrasto. Ao ver que Paul enviou um e-mail para a diretora da St. Agatha’s, Irmã Catherine (Beth Grant), ele fica imaginando coisas negativas (por conta da doença). 

Adam está lidando com os efeitos colaterais de uma nova droga. Durante a história, não temos certeza se Paul é uma boa pessoa, pois os episódios de alucinação de Adam são muito frequentes e isso deixa dúvidas no espectador.

Acontece que, mais tarde, descobrimos que Paul, na verdade, se preocupa com Adam como se fosse seu filho. Partiu de Paul a ideia de escrever para a diretora à favor de Adam, e não contra.

Adam não acredita em Deus?

Adam é ateu, mas ainda assim faz amizade com o Padre Patrick (Andy Garcia), afinal, ele é um bom ouvinte, engraçado e frequentemente dá conselhos a Adam no confessionário da escola. 

O padre Patrick é uma força de apoio e de base na vida de Adam, mas, para crédito do filme, Adam não encontra Deus em algum milagre redentor que “cura” sua esquizofrenia. 

Na verdade, Adam afirma claramente que não há cura e que ele lutará contra os sintomas de sua doença e buscará a combinação certa de medicamentos pelo resto da vida.

Ficção x Realidade

Infelizmente, o filme não mostra o privilégio financeiro que Adam tem por poder pagar os tratamentos médicos e a nova escola particular. Além disso, não reconhece a probabilidade de que, se não fosse rico e branco, Adam estaria na prisão devido às explosões violentas constantes.

Ao mesmo tempo, Palavras nas Paredes do Banheiro reconhece o estigma associado à doença mental e parece ter a intenção de desfazer isso. Adam só quer viver, amar e crescer como todo mundo, e o filme nunca o vê com outra coisa senão empatia. Mais importante ainda: trata-o como uma pessoa completa que não é definida apenas pela doença.

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Por Monique Gomes

Empreendedora digital, copywriter,
analista de SEO on-page, gestora de tráfego.