A filosofia felina sempre foi intrigante. Michel de Montaigne (1533 – 1592) já fazia a seguinte pergunta:
“Quando brinco com minha gata, quem poderia dizer se não sou eu um passatempo para ela mais do que ela para mim?”
John Gray, filósofo e escritor do nosso tempo, passou a vida se perguntando: Como é ser um gato? O questionamento se tornou matéria-prima para o livro Filosofia Felina.
Filosofia Felina: os gatos e o sentido da vida
Filosofia Felina é dividido em seis capítulos. No primeiro, “Gatos e Filosofia”, Gray afirma claramente: “A natureza dos gatos e o que podemos aprender com ela é o assunto deste livro”.
Aqui, e no segundo capítulo, “Por que os gatos não lutam para ser felizes”, Gray apresenta a filosofia como um efeito da inquietação.
Ele diz que a inquietação nasce como uma tentativa de acalmar a ansiedade de viver em um mundo caótico e imprevisível.
A felicidade torna-se então um projeto para o futuro, quando não nos sentimos inquietos.
Infelizmente, lutar com um plano claro em mente só piora as coisas.
Para os gatos, por outro lado, a felicidade pode ser apenas sua condição natural.
No próximo capítulo, Gray lembra aos leitores que valores morais, padrões e qualquer forma de pensar sobre o que é bom ou ruim são historicamente e regionalmente relativos.
Isso é verdade não apenas para culturas ou sociedades, mas também para indivíduos.
O capítulo quatro fornece uma pausa reconfortante nas discussões filosóficas sérias. O capítulo cinco aborda sobre “Tempo, Morte e a Alma Felina”.
A ideia é que os gatos parecem “aceitar a vida como um presente”, enquanto os humanos trabalham ansiosamente e muitas vezes se envolvem em especulações intermináveis sobre a morte.
No capítulo final, “Gatos e o sentido da vida”, Gray desafia que “a boa vida para cada um de nós não é escolhida, mas encontrada”.
Somos solicitados a considerar a ideia taoísta de que “devemos seguir o caminho dentro de nós”. Se fizermos isso, nossa vida será “mais rica do que qualquer ideia de perfeição”.
Ele continua:
10 coisas aleatórias que podemos aprender com a filosofia felina
- A arte de tirar uma soneca é uma sabedoria felina que todos deveríamos dominar. Não subestime o poder de um bom cochilo estratégico durante o dia.
- A elegância ao se limpar é uma lição vital. Os gatos nos ensinam que a higiene pessoal é um esforço constante e digno de apreciação.
- A prática diária do alongamento é a chave para manter a agilidade. Os gatos sabem que um bom espreguiçar é fundamental para enfrentar os desafios do dia.”
- A paciência é uma virtude felina. Observar um gato esperando pela presa nos lembra que às vezes precisamos esperar o momento certo para agir.
- A independência é algo admirável. Os gatos nos mostram que é possível ser autoconfiante e apreciar o tempo sozinho sem sentir solidão.
- A curiosidade é o melhor estímulo mental. Seja como um gato, mantenha sua curiosidade viva e explore o mundo ao seu redor.
- Expressar suas necessidades de forma clara é essencial. Os gatos têm uma maneira peculiar de nos dizer quando estão com fome, cansados ou simplesmente querem atenção.
- A arte de se esconder é uma habilidade útil. Às vezes, é melhor se retirar e recarregar em seu próprio espaço.
- A aceitação é uma lição importante. Os gatos aceitam as pessoas como são e ensinam que o amor verdadeiro não depende da perfeição.
- Desenvolva seu lado caçador, seja na busca por objetivos profissionais ou na caça de momentos felizes.
Será que os gatos podem nos mostrar o sentido da vida? O livro Filosofia Felina termina com uma declaração surpreendentemente declarativa. Se você concorda ou não: o objetivo é a contemplação.
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Por Monique Gomes
Jornalista, copywriter, cinéfila e livre de glúten.