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Por que as festas juninas são nosso patrimônio cultural?

Bolo de milho, paçoca, pamonha, amendoim, pinhão, quentão… Essas delícias típicas das festas juninas tomam conta do Brasil todos os anos nos meses de junho e julho.

Originadas das antigas festas pagãs que celebravam a chegada do verão na Europa, as festas juninas são hoje uma lembrança das diversas tradições culturais e gastronômicas que se entrelaçam.

Origem das festas juninas

Moça loira vestida a caráter para as festas juninas segurando chapéu de palha

As festas juninas têm raízes na comemoração do Solstício de Verão e na crença de afastar maus espíritos e pragas que poderiam prejudicar as colheitas.

Como explica Robson Ghedini, coordenador pedagógico da Conquista Solução Educacional, essas festas, realizadas nos séculos XV e XVI na Europa, são amplamente consideradas como a origem das populares festas juninas no Brasil.

Elas existiam em diversos países europeus e eram celebradas de maneiras distintas por diferentes povos.

A incorporação pela Igreja Católica

Ao longo do tempo, as celebrações pagãs foram gradualmente incorporadas pela Igreja Católica e passaram a ser realizadas em honra a três santos católicos: São João, Santo Antônio e São Pedro.

Foi por meio do processo de colonização portuguesa, ainda no século XVI, que a tradição foi trazida ao Brasil.

Inicialmente conhecida como Festa Joanina, em referência a São João, posteriormente passou a ser chamada de Festa Junina, em alusão ao mês em que é realizada.

Algumas pessoas estendem a comemoração e promovem as Festas Julinas, já durante o mês de julho.

Tradição cultural relevante

A Festa Junina, celebrada em todo o país, adquire características distintas dependendo da região em que é realizada. Geralmente, os eventos têm início em 12 de junho, véspera do dia de Santo Antônio, e se estendem até 29 de junho, dia de São Pedro.

No entanto, atualmente o calendário começa mais cedo e termina mais tarde.

Especialmente no Nordeste brasileiro, essas festas possuem uma profunda ligação com a cultura e as tradições locais, sejam elas religiosas, gastronômicas ou até mesmo relacionadas a vestimentas.

“As festas juninas têm características peculiares relacionadas ao que é produzido e colhido em cada região, mas existem alimentos que são bastante típicos, como o milho, o quentão e o amendoim”, destaca Ghedini.

Além das comidas típicas, há também danças, fogueiras, trajes e brincadeiras.

É importante ressaltar que todos esses elementos contribuem para a preservação de costumes e heranças imateriais, transmitidos ao longo dos últimos cinco séculos de geração em geração.

“As festas juninas desempenham um papel fundamental ao resgatar as origens e fortalecer os costumes de cada região do país. Elas são extremamente importantes para a essência brasileira, pois refletem as diversas peculiaridades de cada parte de nossa nação”, conclui ele.


Por Monique Gomes

Jornalista, copywriter, cinéfila e livre de glúten.