Segundo um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em julho do ano passado, quatro em cada dez estudantes relataram ter sofrido bullying na escola. O estudo também revelou que 23% dos alunos sentem que “a vida não vale a pena”.
As principais formas do problema envolviam zombaria e humilhação relacionadas à aparência física, rosto, cor e etnia. Embora o bullying adotivo raramente seja abordado em pesquisas, ele também contribui para as estatísticas.
No contexto legal, o bullying é caracterizado como ações físicas ou psicológicas intencionais e repetitivas de violência. Então, mesmo que os menores não cometam crimes, mas sim infrações penais, podem ser submetidos a medidas socioeducativas de acordo com o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente.
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Bullying adotivo
Desde 2020, um projeto de lei (1333/20) está em andamento no Congresso Nacional para criminalizar a prática e incitação de discriminação ou preconceito contra crianças ou adolescentes em razão da filiação civil não consanguínea, como: adoção, filiação socioafetiva e reprodução assistida heteróloga.
Consequências do bullying adotivo
Segundo Lisandra Barbiero, servidora pública federal, jornalista e escritora, o bullying tradicional causa dor, medo e angústia para a vítima. No entanto, o bullying adotivo vai além, pois criminaliza a origem genética da pessoa, expondo-a de maneira pejorativa e colocando a criança adotada como cidadã de segunda classe, até mesmo dentro da hierarquia familiar.
A própria jornalista, que foi adotada aos 7 meses, vivenciou pessoalmente um processo traumático de bullying adotivo na escola. Ela descobriu que foi adotada ao perceber que era diferente dos demais membros da família.
Ao compartilhar a descoberta com colegas, foi alvo de preconceito e discriminação. A escritora destaca a importância de os pais adotivos estarem atentos aos sinais e às experiências dos filhos adotados, pois o bullying adotivo é capaz de provocar sentimentos de exclusão.
Ações de combate ao bullying na escola
Com o objetivo de lançar luz sobre o tema, os livros de Lisandra Barbiero abordam a descoberta da adoção e o processo de ressignificação dessa experiência, transmitindo uma mensagem amorosa e ensinamentos baseados em sua própria vivência.
Lisandra ressalta que as crianças não possuem o mesmo nível de compreensão dos adultos, mas são observadoras e absorvem o que está ao redor.
O que às vezes é interpretado como timidez pode ser um silenciamento causado pelo bullying. Portanto, ela defende que o tema do bullying adotivo seja debatido nas escolas.
Além disso, é importante ressaltar que o combate a essa forma de discriminação não se restringe apenas à conscientização e ao debate dentro das instituições de ensino.
Também é necessário um esforço conjunto da sociedade, dos órgãos de proteção à infância e governamentais para criar políticas públicas efetivas de prevenção e combate ao bullying na escola.
Por Monique Gomes
Empreendedora digital, copywriter,
analista de SEO on-page, gestora de tráfego.
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