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Afinal, o amor tem prazo de validade?

O relacionamento já não ia bem há alguns anos e o casamento se arrastava. Ele percebia a infelicidade dela, mas não ousava questionar. Talvez até soubesse o motivo, mas preferia acreditar que estava tudo bem.

Entre o cuidado com o filho, a casa e o trabalho, ela ia levando. Vez ou outra ficava catatônica, olhando para o horizonte sem piscar os olhos. Sabia que precisava reagir, mas não imaginava como. 

Essa pequena introdução bem que poderia ser parte da sinopse de História de um Casamento (2019), filme de Noah Baumbach que narra o drama da separação de Charlie (Adam Driver) e Nicole (Scarlett Johansson).

Mas é também a história de muitos casais que juntam as escovas de dentes no ápice da paixão e, tempos depois, se tornam completos estranhos. 

Afinal, o amor tem prazo de validade?

Não, exatamente. É que o amor mora nos pequenos detalhes. Muitas vezes, o que acontece é que um se doa mais que o outro. O Outro, em vez de retribuir, aproveita a oferta para sugar cada vez mais. 

Automaticamente, a pessoa afetada perde a vontade de transar. É importante levar em conta que o desejo sexual das mulheres não depende apenas do estímulo visual como acontece com a maioria dos homens. 

Pois é. Você não precisa ser o homem mais lindo da face da terra, ter um corpo escultural, colocar uma lingerie, fazer streap tease, praticar pole dance no quarto e tudo mais.

Você precisa saber ouvir a sua parceira. Dialogar. Olhar nos olhos. Ser honesto. Fazer pequenas gentilezas. Ser amoroso.

Tudo isso é o contrário de agir como se a outra pessoa existisse para te servir, pra te ajudar nas demandas do escritório, pra pegar uma cerveja na geladeira, pra preparar um alimento pra você quando você nunca faz o mesmo.

Pra ser responsável sozinha pelo filho que vocês dois fizeram juntos.

Alguns homens tratam as mulheres como se elas fossem a segunda mãe. Sabe aquela mãe que nunca ensinou ao filho que ele deveria lavar a louça?

Aquela mãe que coloca a comida do filho (adulto) no prato, lava e passa as cuequinhas dele?

No final das contas, a mulher, por mais que tenha prazer em cuidar de quem ama, sente que está perdendo a individualidade. É que a missão da vida dela passa a ser ele, saciar os desejos dele.

É ela também que cede ao uso do controle remoto da TV e nunca escolhe o filme que os dois veem quando vão ao cinema. 

Do outro lado, o homem não entende o por quê de ela estar tão desinteressada, insatisfeita, desmotivada, entediada, cansada. Ele queria apenas chegar em casa e encontrar a sua mulher sensual, sedenta por sexo.

Masculinidade frágil

Outro agravante comum é quando o homem começa a ter problemas de ereção. 

O que os homens deveriam fazer:

  • conversar com a mulher;
  • conversar com um amigo;
  • procurar ajuda de um urologista.

O que, geralmente, os homens fazem:

  • fingem que não está acontecendo nada.
  • não admitem nem pra si mesmos que têm um problema. 
  • culpam a parceira pela falta da libido.

Que relacionamento resiste a isso? Se você é homem e está passando por esse problema, não seja um cuzão.

Aliás, aproveitando o gancho, não seja o cara que, em vez de camisinha, leva comprimidos do dia seguinte no bolso quando vai a um encontro.

Não seja o cara que consegue desconto com o fornecedor de remédio abortivo porque está comprando o produto pela terceira vez. Não seja essa pessoa.

*  Este é o meu primeiro artigo sobre comportamento e escrevi enquanto tomava a quarta taça de vinho (mas revisei sóbria).

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