Enquanto isso, os níveis de oxigênio diminuem. Filmes de sobrevivência só funcionam se o público estiver tão nervoso quanto o personagem principal e, por isso, a direção consegue transferir a agonia da moça para nós…
Embora o roteiro tenha sido escrito anos atrás, os problemas que Liz tem de lidar lembram a pandemia da Covid-19.
Perda, solidão, tristeza, reclusão e desesperança são todos os conceitos que Oxigênio explora — a conexão com o racionamento de oxigênio é autoexplicativa.
Conforme a memória começa a voltar, ela percebe que o passado não é tão florzinha quanto pensava. Sua jornada se torna sombria quando as verdades são, pouco a pouco, reveladas.
Pode não ter a intenção de ser um filme pandêmico, mas a comparação é interessante.
Alguns filmes que acontecem no mesmo cenário o tempo todo se tornam entediantes, mas não é o caso de Oxigênio.
Se você gosta de um bom suspense e de criar teorias na sua cabeça, não vai sentir o tempo passar: vale muito a pena sofre essa claustrofobia.
Quando descobrir que se trata de uma cápsula médica, você perguntará se ela está doente. Se sim, qual é a doença?
Quando Milo disser que não pode fornecer a localização dela, você questionará por quê.
Quando ela descobrir o nome de uma pessoa e você tiver imagens dessa pessoa, perguntará se Liz é realmente uma aliada ou se é seu próprio sequestrador. É irado.
A nave em que Liz está é acompanhada por várias outras câmaras com pessoas que, assim como ela, foram clonadas.
Algum tempo ao longo do caminho, um asteroide atingiu a nave e o impacto destruiu centenas de cápsulas. Isso explica por que Liz acordou de repente.
A Liz e o Leo verdadeiros são os arquitetos de todo o projeto. As memórias deles foram implantadas nos clones.
Isso explica o envoltório do casulo orgânico e as memórias nebulosas também.
O clone de Liz está lutando para entender o que é real e o que não é.
Os ratos de laboratório são indicativos da situação em que o clone se encontra. Ela própria é um rato de laboratório e está presa nesse labirinto, forçada a encontrar um caminho para sair viva dali.
Curiosamente, as folhas giratórias que aparecem no início dos flashbacks são uma reminiscência dos frutos girando para baixo em direção ao planeta que esses clones irão colonizar.
A cena final de Oxigênio mostra uma praia rochosa com várias luas no céu. As versões clonadas de Liz e Leo olham para sua nova casa com as memórias do casal original intactas.
Existe uma simbologia cristã aqui, com o casal desempenhando seus papéis como Adão e Eva, os primeiros dois humanos em um novo mundo.
Se você achou Oxigênio uma história bizarra, lembre-se que, antes de morrer, o cientista Stephen Hawking afirmou que a humanidade precisaria colonizar outro planeta para sobreviver…
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