A deputada Alê Portela (PL-MG) publicou uma nota de indignação contra o filme Barbie na conta pessoal do Instagram que diz o seguinte:
“podemos pensar que um filme baseado nessa personagem seria voltado para o público infantil e familiar, destacando a feminilidade. No entanto, essa suposição está errada”
O filme estreou nesta semana nos cinemas com classificação indicativa 12 anos e, segundo a parlamentar: “a luta contra a inversão de valores é uma batalha constante, mas necessária”.
Afinal, o que é inversão de valores?
A inversão de valores é um conceito utilizado para descrever situações em que os princípios morais, éticos e sociais são distorcidos, levando a uma percepção equivocada do que é certo e errado.
Isso ocorre quando comportamentos considerados inadequados, injustos ou prejudiciais são aceitos ou até mesmo incentivados, enquanto atitudes positivas e virtuosas são desvalorizadas ou criticadas.
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O que a deputada quis dizer com essa expressão?
É triste ver que, para alguns, a inclusão de personagens LGBTQIA em filmes é vista como um problema, quando na verdade é um avanço significativo para a representatividade e diversidade no cinema.
Essa distorção dos conservadores mostra o quão resistente é parte da sociedade em aceitar a quebra de padrões ultrapassados.
Em vez de celebrar a inclusão de diferentes vozes e histórias, eles preferem rotular a representatividade como “inversão de valores”.
O que essas pessoas precisam entender é que a diversidade não é uma ameaça, mas uma oportunidade de enriquecer a narrativa e promover a empatia.
Negar a existência de personagens LGBTQIA em filmes é negar a própria existência dessa comunidade, suas vivências e suas lutas por igualdade.
Afinal, o cinema é um reflexo da sociedade, e representar a diversidade é um passo fundamental para construir uma cultura mais inclusiva e respeitosa.
Então, que tal abraçarmos a diversidade e a representatividade, reconhecendo que não existe “inversão de valores”, mas sim a evolução de uma sociedade que caminha para um futuro mais igualitário e acolhedor para todos?
Por Monique Gomes
Jornalista, copywriter, cinéfila e livre de glúten.