Depois que o noticiário confirmou a morte dos cinco tripulantes que planejavam explorar os destroços do Titanic no submarino Titan, a imprensa divulgou o posicionamento de James Cameron.
O diretor de Titanic, que mergulhou dezenas de vezes até o navio, abordou o fato de que a OceanGate, empresa por trás da tragédia, foi “avisada” sobre segurança.
Cameron, em entrevista à BBC News, afirmou: “Agora temos outro naufrágio que se baseia, infelizmente, nos mesmos princípios de não atender aos avisos. A OceanGate foi avisada”.
Ele disse que há uma “terrível ironia” na perda do Titan e de sua tripulação, fazendo uma comparação com o trágico naufrágio do próprio Titanic em 1912.
Ao saber que o submarino havia perdido a navegação e a comunicação simultaneamente no domingo, dia 18 de junho, Cameron afirmou que imediatamente suspeitou do desastre.
“Eu senti em meus ossos o que tinha acontecido. Para a eletrônica do submarino falhar, o sistema de comunicação falhar, e o transponder de rastreamento falhar simultaneamente, é porque o submarino se foi.
Eu imediatamente liguei para alguns dos meus contatos na comunidade de submersíveis profundos. Em cerca de uma hora, tive os seguintes fatos: eles estavam a 3.500 metros indo para o fundo a 3.800 metros.
Você não pode perder as comunicações e a navegação juntas sem um evento catastrófico extremo ou altamente energético. E a primeira coisa que me veio à mente foi uma implosão.”
O cineasta, que comanda a franquia de filmes Avatar, disse que a OceanGate tinha pessoas trabalhando internamente que deixaram a empresa, embora não tenha especificado o motivo.
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OceanGate ignorou perigos do submarino Titan
Cameron continuou dizendo que alguns dentro da comunidade de submersão profunda, não incluindo ele mesmo diretamente, escreveram uma carta para OceanGate dizendo que acreditavam, em suas palavras: “vocês estão no caminho da catástrofe”.
A carta enviada pela Marine Technology Society (MTS) em março de 2018 e obtida pelo The New York Times afirmou que “a atual abordagem ‘experimental’ adotada pela OceanGate pode resultar em efeitos negativos (de menor a catastrófico)”.
Em uma questão separada, documentos judiciais dos EUA mostram que um ex-funcionário da OceanGate vinha alertando desde 2018 sobre possíveis problemas de segurança no submarino Titan.
Por Monique Gomes
Jornalista, copywriter, cinéfila e livre de glúten.