A história se passa, principalmente, no Domingo das Mães de 1924. Esse dia, tradicionalmente, era a folga para os criados na Inglaterra, permitindo que visitassem as mães. Para Jane, que é órfã, a data ressalta a solidão e a ausência de uma figura materna.
No entanto, ironicamente, é no domingo das Mães que ela vivencia o último encontro com o amante, Paul, evento que terá um impacto profundo em sua vida. O dia, portanto, serve como um catalisador para os eventos que se desenrolam.
Sim, Jane se torna escritora. A posição como empregada doméstica a coloca em contato íntimo com as vidas e as emoções das famílias para as quais trabalha, permitindo que ela testemunhe uma ampla gama de experiências humanas, incluindo o luto, a perda, o amor.
Ela se torna, como dito no filme, uma “observadora ocupacional da vida”. O acesso à biblioteca dos Nivens é importante para o desenvolvimento intelectual dela. Os livros abrem um mundo de conhecimento e imaginação, alimentando sua curiosidade e seu desejo de aprender.
O relacionamento com Donald, um homem que a ama e a apoia incondicionalmente, é fundamental para que Jane se reconheça como escritora. Ele a encoraja a explorar suas memórias, a dar voz às suas experiências e a transformar a dor em arte.
Paul estava noivo de Emma Hobday (Emma D’Arcy). O casamento estava marcado para acontecer em poucas semanas antes dos eventos principais do filme. O fato de ela estar sempre aborrecida é porque está de luto pela morte do irmão mais velho de Paul.
No entanto, devido às convenções sociais da época e ao fato de ela não ter sido formalmente noiva do rapaz, não teve permissão para expressar o luto abertamente. A dinâmica entre Emma e Paul é mais uma união por conveniência que um relacionamento baseado em amor.
A cena em que ela interage com o garçom irlandês à beira do rio oferece um breve vislumbre de possibilidade de conexão genuína e espontânea. Esse encontro contrasta com a formalidade e a falta de emoção no relacionamento com Paul.
Paul morre em um acidente de carro logo depois do encontro de despedida entre ele e Jane. Além da dor da perda do amante, Jane também precisa lidar com a impossibilidade de expressar o luto abertamente, devido às convenções sociais e à diferença de classe.
A cena em que ela chora silenciosamente na cozinha dos Sheringhams, enquanto Ethel, a empregada da casa, limpa os vestígios de sexo, ilustra a complexidade da situação. A experiência da perda combinada com a capacidade de observação de Jane, a impulsiona a buscar uma forma de dar sentido a isso por meio da escrita.
“Você pode invocar a memória. Você pode descrevê-la, reivindicá-la. Reformulá-la e imaginá-la para mim. Você não pode, Jane? Para mim. Para você” – Donald.
O filme abrange um período de tempo significativo, incluindo o período entre as guerras mundiais. Nesse contexto, diversas doenças eram mais prevalentes e com tratamentos menos eficazes do que nos tempos atuais. Doenças como tuberculose, gripe espanhola (que assolou o mundo logo após a Primeira Guerra), pneumonia e outras infecções eram causas comuns de morte, especialmente entre os mais jovens.
“Talvez todos os homens da minha vida tenham que morrer para eu escrever este grande livro.” – Jane.
A senhora que aparece no final do filme “O Domingo das Mães” é Jane Fairchild na versão idosa, interpretada por Glenda Jackson. A cena mostra Jane como uma escritora aclamada, recebendo um importante prêmio literário.
Essa imagem representa a culminação de sua trajetória, desde a jovem órfã e empregada doméstica até a artista reconhecida por sua obra. É a prova de que ela conseguiu transformar as experiências, incluindo a dor e a perda, em algo significativo e duradouro.
No final do filme, enquanto Jane idosa faz um discurso de agradecimento, a câmera a acompanha até que ela vislumbra, em meio à multidão, a jovem Jane Fairchild. O encontro não é real, mas uma representação simbólica da continuidade e do legado.
A cena final também sugere que a arte, nesse caso a escrita, tem o poder de transcender o tempo e a morte. As experiências de Jane, transformadas em palavras, ganham uma nova vida e continuam a ressoar com os leitores.
Não, o filme não é baseado em uma história real no sentido de retratar eventos que aconteceram exatamente como mostrados na tela. É uma obra de ficção adaptada do romance homônimo de Graham Swift.
Ao mesmo tempo, a história se ancora em um contexto histórico real e explora temas universais que ressoam com a experiência humana. Explora o amor, o desejo e a complexidade das relações humanas, incluindo relacionamentos proibidos e a busca por conexão íntima.
É provável que o autor, ao escrever o romance, tenha se inspirado em observações da sociedade, em relatos históricos e em experiências humanas relacionadas aos temas abordados. A ficção se inspira na realidade para criar narrativas humanas.
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Informação | Detalhes Técnicos |
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Filme: | O Domingo das Mães Ano: 2022 |
Título Original: | Mothering Sunday |
Diretor: | Eva Husson |
Gênero: | Romance, Drama, Comédia |
Avaliação IMDB: | 6.0 |
Classificação etária: | 14 |
Duração: | 1h 44min |
Elenco: | Odessa Young, Colin Firth, Olivia Colman, Josh O’Connor, Sope Dirisu. |
Onde assistir: | Prime Video |
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