Nosferatu: Ellen e Orlok já se conheciam?

Em Nosferatu (2024, nos Cinemas), a adaptação do clássico de 1922 que já conquistou o status de lenda do terror ganha uma nova interpretação por Robert Eggers.

A nova versão, além de ser a atualização de um filme cult, é uma reinterpretação que busca criar tensão e capturar a essência do mal sobrenatural.

>>> O que você vai ler aqui:

Nosferatu Final Explicado
Qual a única maneira de matar Orlok?
Quem é Nosferatu que dá nome ao filme?
Por que a peste em Nosferatu é associada ao vampiro Orlok?
Qual a ligação de Ellen e Orlok?
O vampiro Orlok amava Ellen?
Como Orlok morreu no final de Nosferatu?
Thomas sobreviveu no final de Nosferatu?
Como Nosferatu de 2024 é diferente do Nosferatu de 1922?

Nosferatu Final Explicado

Assim como o clássico original – que, na época, foi uma adaptação não autorizada de Drácula –, o Nosferatu de 2024 conta a história de um vampiro que não só assombra uma cidade, mas também uma família, obcecado por uma pessoa em particular.

Dessa vez, ela é Ellen Hutter (Lily-Rose Depp), esposa do corretor imobiliário Thomas Hutter (Nicholas Hoult). Thomas é enviado à Transilvânia para negociar a venda de uma casa na cidade alemã de Wisborg para o misterioso Conde Orlok.

A grande diferença dessa versão está em como a obsessão de Orlok por Ellen começa. Anos atrás, ainda jovem e desesperada, ela clamou no escuro por alguma força sobrenatural que a protegesse, um “anjo da guarda” que a ajudasse em momento de necessidade.

O que ela não sabia era que esse apelo abriu uma porta para o mundo maligno, permitindo que Orlok entrasse telepaticamente em sua mente. Com o tempo, ele passou a possuí-la ocasionalmente, levando-a a surtos de loucura.

Os episódios diminuíram quando Ellen conheceu Thomas e encontrou uma felicidade genuína, mas o desejo de Orlok nunca desapareceu. Por meio de seu servo, Herr Knock (Simon McBurney), o vampiro garantiu que Thomas fosse escolhido como corretor, conseguindo assim uma casa em Wisborg e se aproximando fisicamente – e mentalmente – de Ellen.

Thomas se une ao amigo Friedrich (Aaron Taylor-Johnson), ao Dr. Sievers (Ralph Ineson) e ao professor Von Franz (Willem Dafoe). Porém, a conexão entre Orlok e Ellen é mais forte do que qualquer força bruta. Mesmo com a abordagem nada convencional de Von Franz, derrotar o vampiro exige um conhecimento oculto.

Qual a única maneira de matar Orlok?

A única maneira de matar Orlok, segundo o livro antigo encontrado por Von Franz, é uma mulher se sacrificar ao vampiro, se entregando a ele durante a noite e distraindo-o até o amanhecer. Ele é vulnerável à luz do sol, mas é astuto e sempre se protege dessa fraqueza.

O plano de Ellen foi manipulá-lo com sua obsessão por ela, garantindo que ele ficasse tempo demais na cama sem perceber o nascer do sol. Enquanto ele se alimentava dela, ensandecido pela fome, o tempo passou, e a luz da manhã entrou pela janela.

Quem é Nosferatu que dá nome ao filme?

O termo Nosferatu é frequentemente associado à representação do vampiro clássico, especialmente na versão do filme mudo. Nosferatu é um vampiro monstruoso, em grande parte inspirado pelo Drácula de Bram Stoker, embora, devido a questões de direitos autorais, o filme tenha tido que modificar aspectos da obra original.

O nome Nosferatu tem raízes misteriosas, mas alguns estudiosos sugerem que ele deriva de uma palavra antiga em romeno, “nesuferit”, que significa “insuportável” ou “não suportável”, em alusão a algo maligno ou monstruoso. Outra teoria é que o nome tenha sido inspirado por palavras gregas ou outras línguas antigas, associadas a entidades demoníacas ou vampíricas.

O personagem Nosferatu representa o mal absoluto, o terror personificado, e é um símbolo das forças sobrenaturais que desafiam a razão e a moralidade humanas. Ele está associado a temas de morte, doença e decadência, e sua presença é um prenúncio de praga e destruição.

O termo “Nosferatu” evoluiu ao longo do tempo para representar qualquer tipo de vampiro ou criatura similar, com uma conotação mais grotesca e monstruosa, distinta de outras interpretações de vampiros em filmes e literatura.

Por que a peste em Nosferatu é associada ao vampiro Orlok?

A peste representa a morte e a decadência, e Orlok, sendo vampiro, é a personificação dessas forças destrutivas. Nos filmes de vampiro, o próprio ato de morder é muitas vezes relacionado a uma forma de “contágio” – a transformação das vítimas em vampiros é uma analogia à propagação de uma doença fatal.

A maneira como os ratos, que carregam a peste, são liberados junto ao sarcófago de Orlok quando ele chega à cidade também sugere que o vampiro e a doença estão ligados. Ele é o veículo para a disseminação da “infecção”. Assim, a peste é também um reflexo da destruição que ele traz, desestabilizando a cidade de dentro para fora.

Qual a ligação de Ellen e Orlok?

“Em breve não serei mais uma sombra para você. Em breve nossa carne se abraçará e seremos como um.” – Conde Orlok

O filme começa com uma cena sinistra em que a jovem Ellen clama por “um anjo da guarda, um espírito de conforto, um espírito de qualquer esfera celestial, qualquer coisa” para acabar com sua profunda solidão que a levou à depressão.

Uma versão monstruosa de Orlok aparece e Ellen tem cai em convulsão. Um cartão de título diz “anos depois…” e a história continua. Mais tarde, ela conta ao amigo, o professor Von Franz ( Willem Dafoe ), que sempre foi capaz de recorrer ao sobrenatural e tem habilidades de clarividência que lhe permitem prever eventos futuros, como a morte dos pais.

Esse poder permitiu que ela chamasse Orlok e iniciasse um relacionamento psíquico e sexual. A ligação entre Ellen e Orlok é profunda e enraizada no ocultismo. Fica claro que Ellen também sente essa conexão, mesmo que a negue. Ela está dividida entre dois extremos: a luz e o amor representados por Thomas, e a escuridão e o poder simbolizados por Orlok.

O vampiro Orlok amava Ellen?

Orlok não ama Ellen no sentido humano do amor. Ele a deseja obsessivamente, mas isso está enraizado em algo mais sombrio e primitivo. Para ele, Ellen não é apenas mulher, mas uma criatura especial, diferente dos outros mortais. Ele a vê como alguém que já pertenceu à escuridão e pode ser sua igual.

Desde o início, Orlok reconhece algo único em Ellen. Quando ela diz que sentiu sua presença rastejando dentro dela, ele responde: “Não sou eu, é sua natureza.” Ele acredita que ela tem uma conexão com as trevas e tenta convencê-la de que o amor humano, representado por Thomas, é inferior a essa essência que ele enxerga nela.

Como Orlok morreu no final de Nosferatu?

Sabendo da obsessão de Orlok por ela, Ellen o seduziu e o manteve distraído durante a noite, entregando-se a ele enquanto o tempo passava. Nosferatu estava tão envolvido que não percebeu a aproximação do amanhecer. Quando o sol finalmente nasceu, ele foi exposto à sua maior fraqueza e morreu queimado.

Essa estratégia já apareceu em outras versões da história, como no Nosferatu de 1922, onde a protagonista também usa a sedução para prender o vampiro até o nascer do sol. Aqui, no entanto, há um peso maior, porque ela não é apenas uma vítima se sacrificando, mas alguém que já teve um vínculo com Orlok e decide usá-lo contra ele.

Thomas sobreviveu no final de Nosferatu?

Enquanto Thomas segue com a crença de que destruir o sarcófago de Orlok ou queimar o caixão dele seria suficiente, Ellen, com o auxílio de Von Franz, toma a decisão de se sacrificar para parar a ameaça e impedir que mais pessoas morram.

Thomas não sobrevive ao final de Nosferatu de 2024, e o filme termina com a morte de Ellen, sua redenção e o fim de Orlok. O sacrifício de Ellen é o único caminho para a destruição do mal, mas isso implica no custo de sua própria vida e, consequentemente, na perda de Thomas.

A DarkSide® Books apresenta uma obra imperdível: Nosferatu: Sinfonia das Sombras, de Kevin Jackson. O livro oferece uma análise detalhada dos bastidores, da produção e do impacto cultural dessa obra-prima.

Como Nosferatu de 2024 é diferente do Nosferatu de 1922?

O Nosferatu de 1922 é um exemplo clássico do expressionismo alemão, um movimento cinematográfico que se destacou pela estética visual única, caracterizada por sombras profundas, cenários distorcidos e iluminação dramática.

A aparência do Conde Orlok, com orelhas pontudas, dentes afiados e aparência cadavérica, é parte dessa vibe expressionista. A iluminação em silhuetas e o uso de cenários geométricos distorcidos criam uma sensação de desconforto e alienação típica do cinema mudo.

Já o Nosferatu de 2024, embora com claras influências do original, adota uma estética mais sombria e realista, aproveitando as vantagens da cinematografia moderna. Aqui, Ellen não é apenas a vítima pura que se sacrifica. Ela tem um passado obscuro, uma conexão subconsciente com o mal que a levou a invocar Orlok.

O Conde Orlok também ganha uma maior profundidade. Sua obsessão por Ellen é mais complexa, não apenas como desejo, mas como uma forma de conexão espiritual e emocional. O filme também aborda mais diretamente o passado de Orlok e a natureza de seu poder, explorando temas de maldição e o preço da imortalidade.

Enquanto o filme de 1922 lida com temas mais simples de terror gótico e o choque entre o bem e o mal, com Ellen como o símbolo da pureza que se sacrifica, o Nosferatu de 2024 explora questões mais filosóficas e existenciais.

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Por Monique Gomes

Empreendedora digital, copywriter,
analista de SEO on-page, gestora de tráfego.

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