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Mulheres cometem crime de assédio moral e sexual?

A resposta é sim: apesar de ser menos comum, as mulheres cometem crime de assédio moral e/ou sexual.

A dentista Larissa Bressan, que recentemente ganhou destaque nas redes sociais mostrando sua clínica odontológica com parede “instagramável”, está enfrentando acusações de assédio sexual e moral por ex-funcionários.

A denúncia foi feita em uma reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, exibida no último domingo (27).

Se você não acompanhou, aqui vai um resumo.

Dentista acusada de assédio

  • De acordo com os relatos, Larissa Bressan costumava fazer comentários inapropriados e de cunho sexual em relação aos funcionários.
  • Além disso, ela teria praticado assédio moral ao gritar e humilhar os colaboradores na frente de clientes e sexual ao mostrar partes íntimas do corpo.
  • Os ex-funcionários também relataram que a mulher criava uma pressão psicológica constante, fazendo com que eles trabalhassem em condições desfavoráveis.
  • Por exemplo: sem intervalos para refeição e sem pagamento por horas extras. Alguns afirmaram que foram demitidos depois manifestarem descontentamento com a situação.
  • Há gravações em áudio comprovando os abusos.
  • Em nota enviada ao Fantástico, a defesa da dentista afirmou que “Larissa Bressan jamais teve a intenção de constranger ou ofender seus colaboradores”, e que todas as relações de trabalho na clínica são “baseadas no respeito mútuo”.
  • O caso reacende o debate sobre a importância do respeito e da ética nas relações de trabalho, especialmente em um momento em que o assédio é denunciado com cada vez mais frequência em diferentes áreas de atuação.

Mulheres cometem crime de assédio

questão de gênero: mulheres cometem crime de assédio
  • A ideia de que as mulheres podem ser sexualmente manipuladoras, dominantes e até violentas contraria os estereótipos de que todas nós somos humanas, maternais, fofinhas e com senso de justiça.

Infelizmente não há pesquisas que apontam para o número de homens abusados por mulheres, mas casos em que são assediados de modo geral.

É possível que a subnotificação aconteça por causa do receio que o homem tem de ser ridicularizado.

Isso se explica pela crença de que ele tem que ser o garanhão, então evita denunciar para que a própria masculinidade não seja vista como “duvidosa”.

Enquanto nós, mulheres, dizemos NÃO com tanta liberdade, o mesmo não acontece com os homens.

É importante lembrar que qualquer pessoa pode experimentar essa violência, independentemente de origem, identidade ou circunstância.

Mas mulheres, meninas e pessoas com gêneros diversos correm alto risco de assédio moral e violência sexual.

Algumas correm um risco ainda maior por conta da discriminação adicional e às barreiras que enfrentam. Isso inclui mulheres com deficiência, mulheres indígenas e mulheres sem moradia.

O movimento #MeToo tem sido uma força poderosa para ajudar a aumentar a conscientização sobre o problema no mundo todo, especialmente no local de trabalho.

Ele forneceu uma plataforma para as vítimas falarem abertamente sobre suas dores.

A maioria das pessoas que se apresentaram foram mulheres, mas houve algumas exceções notáveis, incluindo o ator Terry Crews, que revelou ter sido assediado — por outro homem.

Terry Crews: homens também são vítimas

ator Terry Crews
  • Terry Crews é um ator famoso que foi um dos poucos homens na indústria de Hollywood a apoiar as mulheres no Movimento MeToo para acabar com o assédio sexual.

A revista Time o nomeou como Pessoa do Ano de 2017 . Parte de sua motivação era supostamente ser ele próprio assediado sexualmente.

De acordo com a reportagem: “As equipes perceberam que os homens tinham a responsabilidade de dar credibilidade e apoio às reivindicações das mulheres.

Quase sem pensar nas consequências, Crews twittou sua própria história. Em uma série viral de tweets, ele se tornou um dos primeiros homens a se juntar ao coro de mulheres que falam sobre assédio”.

O assédio moral/sexual pode ocorrer em várias circunstâncias, tais como:

  • A vítima e o assediador podem ser mulheres ou homens.
  • A vítima não precisa ser do sexo oposto ao do assediador.
  • O assediador pode ser um supervisor, gerente do empregador, supervisor de outra área, colega de trabalho ou um não funcionário.
  • A vítima não precisa ser a pessoa diretamente assediada, mas pode ser qualquer um afetado pela conduta ofensiva.

Como você viu, mulheres cometem crime de assédio no ambiente de trabalho, apesar de ser menos comum ou, quem sabe, novos casos não vieram à tona ainda. Devemos incentivar que as pessoas denunciem e que a lei seja cumprida.

Por Monique Gomes

Jornalista, copywriter, cinéfila e livre de glúten.