Em nove capítulos, o autor desafia o estereótipo do intelectual como alguém isolado da sociedade ou estritamente ligado ao ambiente acadêmico.
Ele nos guia na construção de uma vida dedicada ao desenvolvimento intelectual, destacando que nossa rotina não deve negligenciar a oração e os princípios de uma vida cristã.
Sertillanges também questiona alguns conceitos tradicionais sobre o que significa ser um erudito. Ele desmonta a ideia de que a quantidade de leituras é o único critério de intelectualidade, e nos mostra que essa habilidade depende da harmonia entre nossa inteligência e personalidade.
No prefácio, Lara Brenner observa que as ideias apresentadas por Sertillanges causaram desconforto entre os estudiosos quando o livro foi lançado, e ainda desafiam a sociedade contemporânea.
Em uma época em que os “especialistas” são frequentemente vistos como as únicas fontes de sabedoria, a defesa de uma mente ampla e multifacetada pode parecer utópica.
O autor não subestima a importância da especialização, mas ressalta que isso, por si só, deixa o indivíduo sem um contexto amplo, podendo levá-lo a conclusões equivocadas sobre si mesmo e o mundo.
Neste clássico que explora o cultivo de uma vida intelectual e produtiva, Antonin-Dalmace oferece conselhos atemporais sobre como nutrir a mente e a criatividade através da disciplina e da organização.
Ele enxerga a intelectualidade como uma jornada recompensadora e infinita de enriquecimento da experiência humana, quase de forma mística.
Uma leitura que nos convida a refletir sobre como podemos aprimorar nossa própria jornada intelectual e encontrar significado na busca pelo conhecimento.
Passemos agora a outra lição importante para os leitores de hoje. Ele alerta frequentemente contra os perigos da distração e da dissipação da atenção.
É surpreendente que as suas advertências tenham sido escritas antes do surgimento da Internet, uma vez que muito do que ele diz se aplica tão bem ao nosso mundo cada vez mais digital de iPhones e redes sociais.
Ele escreve, por exemplo: “Os estímulos visuais contínuos assim ocasionados destroem a energia mental, assim como a vibração constante desgasta o aço”.
Embora Sertillanges estivesse se referindo aos perigos de sua época de seguir obsessivamente as notícias, suas palavras soam ainda mais verdadeiras hoje com o boom da internet.
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Embora grande parte do livro seja dedicada a oferecer orientações práticas sobre como prosseguir a vida intelectual, o último capítulo, intitulado “O Trabalhador e o Homem”, lembra mais uma vez aos intelectuais que eles são humanos e devem viver como tais.
Ou seja, sua vida não pode ser reduzida apenas ao seu trabalho. Esse é um bom conselho para qualquer um, mas Sertillanges destaca esse ponto no final de A Vida Intelectual porque passou grande parte dele enfatizando os sacrifícios necessários para viver uma vida autenticamente intelectual.
Empreendedora digital, copywriter,
analista de SEO on-page, gestora de tráfego.
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