O mês de setembro foi designado como o período para a conscientização sobre a prevenção do suicídio, uma iniciativa conhecida como Setembro Amarelo.
Mas, infelizmente, ainda existem muitos mitos sobre suicídio que causam ruído de informações.
Estamos falando da quarta principal causa de morte em todo o mundo entre jovens com idades entre 15 e 29 anos.
Jan Luiz Leonardi, doutor e especialista em psicologia por evidência, diz que, “em primeiro lugar, é importante entender que suicídio não se trata de acabar com a própria vida, mas sim de querer se livrar um sofrimento insuportável. A pessoa está tão sobrecarregada por uma dor tão intensa que acaba vendo no suicídio sua única saída”.
Sabendo disso, vamos desmistificar o problema.
Principais mitos sobre suicídio
Jan Luiz destaca:
Mito 1: Pessoas que ameaçam se matar querem chamar a atenção
Muitas pessoas que passaram por tentativas de suicídio já tinham expressado ou dado sinais claros de pensamentos suicidas antes.
É bastante comum que elas tenham compartilhado sentimentos de desespero e ideações suicidas dias ou semanas antes da tentativa.
Portanto, não subestime esses sinais importantes.
Mito 2: Falar sobre suicídio pode aumentar tendências suicidas
Uma análise detalhada das pesquisas realizadas sobre esse assunto não encontrou qualquer vínculo entre falar sobre suicídio e o aumento de comportamentos suicidas.
Por outro lado, há evidências que sugerem que abordar o tema, na verdade, diminui as tendências suicidas.
Isso acontece possivelmente porque compartilhar essas inclinações com outras pessoas aumenta a probabilidade de receber ajuda.
Mito 3: As taxas de suicídio atingem o pico durante o inverno
Cerca de 113 estudos realizados em diferentes países analisaram a relação entre suicídio e as estações do ano. Os resultados desafiam a crença popular de que o inverno é a estação mais crítica para o suicídio.
Surpreendentemente, as taxas mais elevadas de suicídio foram observadas na primavera, seguidas pelo verão. Isso significa que é fundamental estarmos sempre atentos.
Mito 4: A depressão é quase sempre a causa do suicídio
Uma crença amplamente difundida é que apenas as pessoas com depressão estão em risco de suicídio. No entanto, pesquisas acadêmicas têm revelado uma imagem mais complexa.
Outros fatores estão relacionados ao comportamento suicida, incluindo o uso de substâncias (17,6%), esquizofrenia (14,1%) e transtornos de personalidade (13,0%).
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Prevenção requer abordagem abrangente
É importante entender que não é necessário ter um diagnóstico específico para estar em risco.
O Dr. Jan Luiz Leonardi enfatiza que os fatores de risco não atuam de forma isolada; muitas vezes, estão interligados e se amplificam.
Traumas, abuso, transtornos psiquiátricos, falta de apoio social, violência doméstica, impulsividade, perfeccionismo, histórico de bullying e humilhação são apenas alguns exemplos.
Isso inclui intervenções de saúde pública, promoção da qualidade de vida, cuidados com a saúde mental, educação, redução do estigma associado ao suicídio e melhoria do acesso ao tratamento.
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional gratuito e confidencial 24 horas por dia. Você pode ligar para o número 188 sempre que precisar de apoio emocional.
Não hesite em buscar ajuda ou compartilhar essa informação com alguém que possa precisar. A prevenção é responsabilidade de todos nós.
Além disso, também existem guias que fornecem informações valiosas sobre o tema, como “Suicídio: Informando para Prevenir, uma publicação da Associação Brasileira de Psiquiatria que combate a desinformação e mitos sobre suicídio.
Por Monique Gomes
Empreendedora digital, copywriter,
analista de SEO on-page, gestora de tráfego.
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