O documentário que toda MULHER precisa assistir

Miss Representation, de Jennifer Siebel Newsom, é um documentário de 2011 que aborda a representação distorcida da mulher na mídia. Desde criança, a menina é levada a acreditar que deve se preocupar com a aparência, enquanto os meninos recebem a mensagem de que devem valorizar isso. O mesmo discurso está presente em filmes, anúncios publicitários, músicas, programas de TV. Quando a questão é a representação política das mulheres, o documentário resume a baixa participação feminina com uma frase: “Você não pode ser o que você não pode ver”. Ou seja, representatividade importa, sim. Infelizmente, a crença é a de que temos que agradar aos homens, cuidar do corpo, seduzir. Muitas perguntas causam aflição: “Estou bonita? Estou magra? Engordei? Estou velha para o mercado de trabalho atual? e tantas outras. O resultado é devastador. Se você é mulher, com certeza vai se identificar com as vivências mostradas nesse filme. O documentário torna-se material obrigatório não só para todas as mulheres, mas também para pais e mães de meninas. Assista e aproveite para ler também: Precisamos falar de masculinidade tóxica!
O documentário que todo HOMEM precisa assistir

The Mask You Live In, de Jennifer Siebel Newsom, é um documentário de 2015, disponível na Netflix e também no Youtube (link acima). A ideia é tocar no cerne do problema: a criação de meninos em nossa sociedade. Desde que nasce, o menino é ensinado a adotar certos comportamentos considerados próprios para o homem. Acontece que, como os especialistas mostram, a prática de provar a masculinidade o tempo todo prejudica não só o homem, mas a sociedade de modo geral. Se você é homem, com certeza vai se identificar com as vivências mostradas nesse filme. O documentário torna-se material obrigatório também para pais e mães de meninos. Assista e aproveite para ler também: Precisamos falar de masculinidade tóxica!
Precisamos falar sobre masculinidade tóxica!

“Aparentemente muitos homens não estão limpando a bunda”. Essa frase bem que poderia ser o desfecho de uma piada de mau gosto, mas é o título de um post no BuzzFeed que resume o conceito de masculinidade tóxica. A notícia causou um enorme desconforto, principalmente porque as mulheres relataram o constrangimento de conviver diariamente com alguém que não cuida da própria higiene. Os principais argumentos dos maridos: Ou seja, estamos diante de um exemplo clássico de masculinidade frágil. É como se a heterossexualidade fosse uma peça de porcelana que pode quebrar a qualquer momento e, portanto, TODO CUIDADO É POUCO! Não ria. Se você rir, vai direto para o inferno. Na verdade, o homem não tem culpa disso sozinho. Ele foi alimentado com conceitos deturpados desde que nasceu. Quando o machismo se torna prejudicial para todas as pessoas, inclusive o homem, chamamos de masculinidade tóxica. Afinal, o que é masculinidade tóxica? É um conjunto de atitudes ou comportamentos nocivos que acabam resultando em alguma forma de violência. Não tem nada a ver com a biologia: é praticamente uma imposição da sociedade que começa desde quando o menino nasce. Sendo assim, ele pode se tornar manipulador, misógino, agressivo, assassino ou simplesmente um babaca. Mulheres e crianças são vítimas frequentes da masculinidade tóxica por meio da violência doméstica, feminicídio ou outros tipos (não vamos entrar nesse campo hoje). No entanto, o próprio homem também é vítima. Só que de si mesmo. A masculinidade tóxica afeta o desenvolvimento emocional, reprime os sentimentos, causa raiva, ira, estresse, depressão. Também prejudica a vida social do cara e afeta os relacionamentos. Como a nossa cultura ajuda a perpetuar a masculinidade tóxica? Segundo Tony Porter, ativista americano que palestrou no TED Talk, “os homens que agridem as mulheres foram educados para isso”. Desde meninos, são ensinados a ser agressivos, dominadores, protetores, poderosos, fortes, valentes. Ele disse que chamar os garotos de “garotas” como uma ofensa transmite a ideia de que ser como uma menina é algo ruim, negativo. De acordo com Porter, a masculinidade tóxica ensina: Assim, ao atribuir qualidades supervalorizadas aos homens acima das qualidades associadas às mulheres, a masculinidade tóxica encoraja uma cultura que não só derruba os homens por serem “femininos”, mas também diminui as mulheres. Em entrevista à Revista Época, o ativista afirmou que os homens são treinados a não demonstrar sentimentos e emoções. “Você nunca vê um homem dizendo que está com medo de algo. No máximo, ele está ‘preocupado’. Isso é uma bobagem! É claro que também nos sentimos acuados, mas é como se o mundo não pudesse desconfiar”. A masculinidade tóxica começa dentro de casa A sociedade espera que o homem nunca demonstre “fraqueza”, seja sensível ou carinhoso. Normalmente, pais, mães e as pessoas que convivem com a criança/adolescente, incluindo os amigos da escola, primos etc, alimentam o machismo com expressões do tipo: Essas frases foram retiradas do documentário The Mask You Live In (A Máscara em que Você Vive), disponível na Netflix. O filme mostra o quanto os homens são pressionados a reprimir as próprias emoções. Logo no início, crianças e adolescentes são convidados a verbalizar seus sentimentos ao completar a sentença: “se me conhecesse de verdade, saberia que…“. A partir daí, todas as dores que estavam escondidas se revelam. É muito tocante. O guia de orientação sexual dos meninos é a pornografia O nível de masculinidade é medido pelas conquistas sexuais. Os pais, principalmente, têm uma pressa absurda de fazer o filho se interessar por mulher. Basta o guri crescer um pouco pra ouvir a pergunta: “E aí, tá comendo todas?”. A pressão continua na roda de amigos. Quem não reproduzir o comportamento do macho alpha é rejeitado ou até humilhado. Na maioria das famílias, o sexo não é apresentado como um momento de prazer entre duas pessoas. Geralmente, a educação sexual do menino acontece com a visualização de conteúdos pornográficos. Hoje é muito fácil qualquer um ter acesso pelo celular. Nesse cenário, a mulher é vista como um mero objeto, algo descartável que existe exclusivamente para satisfazer as necessidades dele. Os meninos são treinados para banalizar a violência Você consegue imaginar um pai dizendo que, se o filho apanhar na rua, vai apanhar de novo quando chegar em casa? Esse filho não é um personagem fictício, tá? Esse homem é real, porque eu o conheci. Arrumava qualquer desculpa para provocar uma briga em festas superlotadas de gente, mesmo adulto. Cada evento, uma pancadaria. Em casa, o pai ouvia as histórias, cheio de orgulho do filho brucutu. Quando namorou, era agressivo. Quando casou, bateu na mulher. Esses meninos crescem achando normal fotografar a calcinha da amiga, que está de saia, distraída. Crescem achando normal contar vantagem para os amigos quando “pegam” uma menina. Crescem achando normal fazer aposta para ver quem fica primeiro com a menina X. Crescem achando normal bater na mulher porque ela recebeu uma notificação no celular. Crescem achando normal matar a mulher só porque ela não quer mais ficar com ele. Afinal, é “coisa de homem”. Quando o homem bate/agride/mata uma mulher o motivo não é simplesmente ciúmes. Existe um sentimento de posse, de poder sobre o outro, de superioridade. Hoje, existe uma certa evolução no reconhecimento dos direitos da mulher. Ainda está longe do ideal, mas são avanços. Por outro lado, o preconceito, o sexismo, o machismo, a misoginia, a homofobia, os estereótipos pejorativos, AS PIADINHAS FAVORÁVEIS À CULTURA DO ESTUPRO chegam como um tsunami, são ensinados em casa, disseminados na TV, nos vídeos de youtubers sem noção e ajudam a fazer da masculinidade tóxica um ciclo infinito que é transmitido de geração a geração. Outras consequências da masculinidade tóxica Sem dúvida, o estigma relacionado à saúde mental dos homens é muito real. Tudo se relaciona com as expectativas sociais em torno do que significa ser um “homem”, ou o que significa ser masculino, porta de entrada para os estereótipos. Assim, algumas crenças compartilhadas são: homens heterossexuais devem evitar gays como amigos, meninos não devem aprender a limpar e cozinhar, homens não