Ou seja, um contraste com as peças de alta costura que escolhe para Kyra, que percorre de boutique em boutique usando o nome e os recursos de sua chefe. Embora Kyra proíba, Maureen cede à tentação, veste as roupas da chefe e experimenta um desconfortável confronto com uma nova versão de si mesma que começa a influenciar sua identidade.
As coisas ficam mais inquietantes quando ela começa a receber mensagens de texto de um remetente misterioso enquanto está a caminho de Londres. Inicialmente dominada por medo e paranoia, Maureen também sente uma curiosidade perturbadora em relação a seu perseguidor, uma mistura de vulnerabilidade e fascínio.
De volta a Paris, a vida dela dá uma guinada ainda mais sombria. Ela se vê envolvida em um crime brutal que, de alguma forma, parece se entrelaçar com suas próprias experiências — suas buscas metafísicas, sua interação com o perseguidor invisível e suas batalhas internas.
Lewis e Maureen sempre prometeram um ao outro que quem morresse primeiro enviaria um sinal. Então, ela passa várias noites na casa vazia, um ninho de corredores sombrios e janelas escuras, esperando que ele fale com ela.
Essa promessa dá a Maureen um propósito e a esperança de que ela não está sozinha, mesmo depois da perda. Uma noite, a água jorra da torneira espontaneamente. Ela vê um espectro escuro e emplumado que a faz voar para o chão, depois se encolhe contra uma parede.
Maureen pensa que as mensagens podem ser de Lewis tentando fazer contato do além. Acontece que, conforme a história avança, fica claro que o remetente não é Lewis, mas alguém que está explorando a vulnerabilidade emocional de Maureen.
Isso faz com que ela tome decisões arriscadas — como experimentar roupas caras da chefe Kyra e visitar um quarto de hotel misterioso. Alguém está tentando incriminá-la, o que se revela mais tarde quando Kyra é assassinada e as evidências apontam para Ingo (Lars Eidinger).
À medida que as mensagens se tornam mais lascivas e provocativas, tentando incitar Maureen a se entregar à sua fantasia proibida, começa a parecer provável que os textos sejam de Ingo, o namorado rejeitado de Kyra.
Por desejo de escapismo, manipulação emocional e uma tentativa de sentir algo além da dor que a consome após a morte do irmão. A experiência de vestir as roupas da celebridade oferece a Maureen uma sensação temporária de alívio e um modo de se desconectar da tristeza. O mistério e a emoção de fazer algo arriscado faz ela se sentir viva por um momento.
Kyra foi morta por Ingo, o amante que certamente não aceitou o fim do relacionamento. Ele era amargurado porque Kyra planejava terminar, então elaborou um plano para matá-la e incriminar Maureen.
Ele usou informações que Maureen compartilhou apenas com ele para manipular a situação. Também incentivou Maureen a agir de maneira suspeita, como experimentar roupas de Kyra e ir a um quarto de hotel reservado em seu nome.
Depois, ele assassinou Kyra e escondeu joias roubadas no apartamento de Maureen para fazer parecer que ela tinha motivos para matá-la. No entanto, a polícia interveio e o prendeu após ele confessar o crime.
Embora o filme “Personal Shopper” tenha momentos que possam deixar o espectador confuso, Maureen está viva. A dúvida surge por causa de uma sequência no hotel onde ela ouve alguém entrar no quarto. Logo depois, vemos uma entidade invisível sair antes de Ingo.
Porém, essa interpretação não se sustenta. Ela continua a interagir com outras pessoas e a trama segue com a bonita viva. Isso reforça que a presença no quarto é uma manifestação sobrenatural e não a morte de Maureen.
Maureen experimenta várias manifestações paranormais, como aparições, ruídos e fenômenos inexplicáveis, mas nunca há uma prova concreta de que essas interações sejam realmente de Lewis ou fruto de sua própria dor e desejo de conexão.
Em uma cena perto do final, uma figura masculina aparece na janela enquanto Maureen está no jardim. Ele quebra um copo e desaparece. Isso é apresentado como um momento “real” no contexto do filme, sugerindo que essa pode ser a manifestação de Lewis.
No final do filme, Maureen usa o método de perguntas com batidas para “sim” e “não”. Quando pergunta diretamente: “É você, Lewis, ou sou eu?”, a presença responde com uma batida, sugerindo um “sim”.
Esse momento é ambíguo, pois não esclarece se o contato é realmente com Lewis ou uma manifestação da própria psique de Maureen. O diretor Olivier Assayas parece intencionalmente deixar essa questão em aberto, focando mais na jornada emocional da personagem.
Os fantasmas representam tanto presenças literais quanto metáforas emocionais, e a natureza disso permanece ambígua, refletindo as dúvidas de Maureen e do público. Durante toda a história, vemos que ela interage com a maioria das pessoas de forma muito superficial.
Com a chefe, ela mal consegue trocar algumas palavras pessoalmente. A interação acontece mais por mensagem de texto. Com o namorado, a mesma coisa: ambos se falam por chamada de vídeo no celular ou notebook, nunca presencialmente.
A comunicação com o admirador secreto, que mais tarde se revela ameaçador, acontece de forma virtual enquanto Mauree está no trem, na rua fazendo compras, em casa, em qualquer lugar que não seja presencial. Tudo indica que essa é a principal ideia de “fantasma”.
A dor intensa pela perda de Lewis e a busca desesperada por significado levam Maureen a interpretar eventos aleatórios como sinais espirituais. É você, Lewis? Ou sou eu? – isso sugere que ela começa a entender que as experiências podem ser construções de sua própria mente.
O final de Personal Shopper reflete sobre a complexidade do luto e a necessidade de encontrar significado no trauma. O filme não entrega respostas definitivas, mas provoca reflexões: Estamos realmente conectados com o sobrenatural ou criamos isso para nos confortar?
Maureen está buscando seu irmão ou a si mesma? O diretor Olivier Assayas deixa tudo em aberto, permitindo que cada espectador decida por si mesmo. O filme não confirma diretamente a existência de fantasmas, deixando ao espectador a interpretação.
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Informação | Detalhes Técnicos |
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Filme: | Personal Shopper Ano: 2016 |
Título Original: | Personal Shopper |
Diretor: | Olivier Assayas |
Gênero: | Drama, Mistério & Thriller, Europeu |
Avaliação IMDB: | 6.1 |
Classificação etária: | 14 |
Duração: | 1h 46min |
Elenco: | Kristen Stewart, Lars Eidinger, Sigrid Bouaziz, Anders Danielsen Lie, Ty Olwin, Hammou Graïa, Nora Waldstätten, Benjamin Biolay, Audrey Bonnet, Pascal Rambert, Aurélia Petit, Olivia Ross, Thibault Lacroix, Calypso Valois, Benoit Peverelli, Dan Belhassen, Leo Haidar, Mickaël Laplack, Vianney Duault. |
Onde assistir: | Netflix |
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