O Lobo (2021/Netflix) é um filme que desafia nosso conceito de sobre saúde mental. Jacob é um jovem que acredita ser um lobo preso em um corpo humano. A família o leva para um tratamento onde outras pessoas sofrem da mesma doença.
A obra revela a luta interna entre aceitar a verdadeira natureza ou se conformar com as expectativas da sociedade. George MacKay é brilhante como o lobo, assim como Lily-Rose Depp como a gata selvagem..
>>> O que você vai ler aqui:
- O Lobo Final Explicado
- O que é disforia de espécie?
- Existem casos conhecidos de disforia de espécie?
- Como é o tratamento de Jacob na clínica?
- Jacob conseguiu “se curar” da disforia de espécie?
- O Dr. Mann desistiu do tratamento?
- Jacob e Cecile ficam juntos?
- Explicação final O Lobo
O Lobo Final Explicado
Jacob (George MacKay) acha que é um lobo. Literalmente. O jovem luta para aceitar que é qualquer coisa além de um animal no corpo de um humano. Sua família, preocupada, decide colocá-lo em uma casa de tratamento com pessoas que sofrem do mesmo mal.
O centro é administrado por Dr. Mann, “O Tratador do Zoológico” (Paddy Considine), é um programa de reabilitação especializado que trata pacientes afetados por essa estranha aflição. Uma vez lá, Jacob conhece uma garota que acredita ser uma gata selvagem (Lily-Rose Depp).
Judith (Lola Petticrew), que se vê como um papagaio, repete cada palavra do líder da sessão de terapia de grupo. Jeremy (Darragh Shannon) acredita que é um esquilo. Annalisa (Karise Yansen) se enxerga como panda. Rufus (Fionn O’Shea) pensa ser um pastor alemão.
Depois de sofrer com os métodos abusivos de Zookeeper, Jacob e Cecile (que se sente como uma gata selvagem) decidem que devem escapar da instalação. No entanto, descobrem que sair pode ser uma façanha impossível. Eles conseguem sair? É possível conquistar a liberdade?
Escrito e dirigido por Nathalie Biancheri, O Lobo não é bem o que você poderia esperar. A história aqui explora a doença chamada disforia de espécies. A diretora se aprofunda no assunto de uma forma às vezes clínica, mas sempre compreensiva.
O que é disforia de espécie?
“Oi, eu sou Jeremy. E eu não sou um esquilo.Por favor, por favor , deixe-me ser um esquilo!” Jeremy
É um termo usado para descrever uma condição em que uma pessoa acredita que, no fundo, ela é um animal e não um ser humano. Isso vai além de simplesmente gostar muito de um animal ou se identificar com ele de maneira simbólica.
Para alguém com disforia de espécie, essa sensação é tão forte e real que a pessoa pode sentir que nasceu no corpo errado. A disforia de espécie é uma condição mental complexa e rara, que muitas vezes pode causar bastante sofrimento para quem a vivencia, já que essa pessoa pode sentir que sua identidade verdadeira não é compreendida ou aceita pela sociedade.
Existem casos conhecidos de disforia de espécie?
Um exemplo notável é o caso de um homem chamado Gary Matthews, que se identificava como um cachorro e, durante anos, viveu uma vida em que tentava imitar o comportamento de um cão. Ele chegou a criar uma persona chamada “Boomer”, que refletia sua identidade canina.
Outro exemplo é de pessoas que se identificam como “therians” ou “otherkin”. Esses grupos acreditam que, em algum nível espiritual ou psicológico, são animais, ou que têm uma alma que pertence a um animal. No entanto, ambos são outro tipo de disforia de espécie.
Como é o tratamento de Jacob na clínica?
Na clínica são utilizados métodos altamente perturbadores e desumanos para tentar “curar” as pessoas da disforia de espécie, uma condição em que os pacientes acreditam ser animais. A clínica adota uma abordagem paternalista, com tratamentos que variam do absurdo ao cruel.
Por exemplo, os pacientes são forçados a participar de atividades que supostamente os fariam sentir-se “normais”, como dançar músicas animadas dos anos 80, numa tentativa de mostrar que poderiam levar uma vida feliz se simplesmente se conformassem à normalidade.
O “Tratador de Zoológicos” adota táticas brutais para forçar os pacientes a renunciar à identidade animal. Um exemplo particularmente angustiante é quando um paciente que acredita ser um esquilo é obrigado a escalar uma árvore sem galhos.
A clínica usa uma combinação de humilhação, coerção e abuso físico para tentar “curar” os pacientes, retratando um ambiente que, em vez de oferecer apoio e compreensão, se assemelha mais a uma tortura, onde as individualidades são ignoradas.
Jacob conseguiu “se curar” da disforia de espécie?
“Você sabe o que é um uivo? É alguém que quer ser ouvido. Há algo que você queira gritar para o mundo?”
Não exatamente. O Dr. Mann tentou fazer Jacob ver um lobo enjaulado, esperando que isso o fizesse temer seus instintos, mas o plano foi um tiro no pé. Ele se sentiu ainda mais atraído pelo animal. Jacob uivou para expressar suas emoções, e o lobo respondeu.
Isso só fortaleceu a conexão de Jacob com sua natureza selvagem. Quanto mais tempo Jacob fica na clínica e quanto mais ele é exposto aos métodos de recuperação desumanos da clínica, mais fortemente ele se identifica com o lobo dentro dele.
No final das contas, Jacob decide que deve viver ao lado dessa parte de si mesmo, que é um retrato muito mais realista de um problema de saúde mental; uma condição vitalícia que é controlada em vez de algo que é curado para sempre por causa de um tratamento qualquer.
O Dr. Mann desistiu do tratamento?
Não. Ele tentou outra tática, mantendo Jacob em uma gaiola para mostrar como é fraco ser um lobo. Mas Cecile, que se identificava como um gato, visitou Jacob à noite e compartilhou suas próprias experiências de cativeiro.
Jacob e Cecile se identificaram com as experiências um do outro. Ela contou como imaginava ser um gato para escapar de sua realidade dolorosa, e Jacob percebeu que seus sonhos de liberdade eram semelhantes.
Jacob e Cecile ficam juntos?
Não. Cecile roubou as chaves da gaiola e feriu a Dra. Angeli ao ser flagrada. Depois, libertou Jacob e correram para a liberdade, mas algo a impediu de fugir. Ela estava repetindo as coisas que ouviu a vida inteira, sobre como o mundo era perigoso lá fora.
Cecile lutava com a ideia de deixar a instituição. Ela miou e arranhou uma almofada enquanto a Dra. Angeli a lembrava que ela não tinha para onde voltar. Isso sugere algo sobre a família de Cecile. Provavelmente a família dela não a aceita.
Explicação final O Lobo
O Lobo carrega uma metáfora poderosa sobre a luta entre a essência do ser humano e as pressões externas para moldá-lo em algo que ele não é. Jacob e Cecile representam duas respostas distintas a essa luta.
Jacob, que acredita ser um lobo, luta para manter a verdadeira identidade, resistindo às tentativas da clínica de “curá-lo”. Sua resistência simboliza a luta pela autenticidade em um mundo que frequentemente tenta forçar as pessoas a se conformarem com normas sociais.
Por outro lado, Cecile, que se vê como um gato selvagem, simboliza o lado trágico dessa luta. Ao longo do filme, ela é incapaz de se libertar completamente da clínica, representando o medo internalizado de viver sua verdade.
Isso pode ser visto como uma metáfora para aqueles que, devido ao medo, trauma ou condicionamento, não conseguem romper as correntes que os prendem a uma versão domesticada de si mesmos.
O filme, assim, questiona se é possível mudar a essência de uma pessoa, ou se, no processo de tentar moldá-la, se acaba apenas causando dor e repressão.
Informação | Detalhes Técnicos |
---|---|
Filme: | O Lobo Ano: 2021 |
Título Original: | Wolf |
Diretora: | Nathalie Biancheri |
Gênero: | Drama, Mistério & Thriller |
Avaliação IMDB: | 5.1 |
Classificação etária: | 14 anos |
Duração: | 1h 40min |
Elenco: | George MacKay, Lily-Rose Depp, Eileen Walsh, Paddy Considine, Fionn O’Shea, Lola Petticrew, Karise Yansen, Darragh Shannon, Martin McCann, Helen Behan, Stuart Graham, Senan Jennings, Elisa Fionuir, Amy Macken, Shelley Atkinson. |
Onde assistir: | Netflix |
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Por Monique Gomes
Empreendedora digital, copywriter,
analista de SEO on-page, gestora de tráfego.
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