Em defesa das vírgulas excluídas

Eu acredito que não é só o fato de eu ter estudado letras, nem jornalismo, mas o meu gosto pela leitura e a paixão por escrever instalaram uma espécie de corretor ortográfico 24 horas na minha pobre mente. Isso, é claro, inclui as vírgulas. Claro que eu estou sujeita a errar quando escrevo, mas sou cautelosa. Noite dessas, depois da segunda caipirinha, estava eu de frente para o ônibus do cantor Vicente Nery em uma festa qualquer aí. Bati os olhos na frase que estampava a tatuagem no braço esquerdo dele e… pimba! Senti falta da vírgula. A frase é a seguinte: “Obrigado meu Deus!”. Trata-se de um vocativo, portanto, a vírgula não deve ser ignorada. Era para ser escrita assim, então: “Obrigado, meu Deus!”, assim como: ‘Meus Deus, obrigado!’. A ausência da vírgula no vocativo já está se tornando comum no meio da internet, por isso que eu estou aqui para levantar essa bandeira. A bichinha ainda não foi abolida da pontuação, não, viu? Respeito é bom e ela gosta! 😉 A Língua Portuguesa possui uma variedade de sinais de pontuação, que desempenham papéis essenciais na coesão, coerência e ritmo do texto. Entre eles estão o ponto final (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), dois pontos (:), reticências (…), ponto de exclamação (!), ponto de interrogação (?), aspas (“”) e travessão (—). O uso correto desses sinais é essencial para uma compreensão clara do conteúdo e para evitar ambiguidades. Isso também torna o texto mais atraente e agradável para leitura. Por que usar vírgulas? A vírgula é um sinal de pontuação versátil com várias funções, sendo amplamente utilizada nos textos. Geralmente, ela separa elementos dentro de uma frase e orações dentro de um período. Embora muitos acreditem que a vírgula deve indicar pausas respiratórias durante a leitura, esse conceito é equivocado e pode prejudicar o raciocínio durante a prova. Algumas regras podem ajudar a empregar a vírgula corretamente: Quando Usar a Vírgula À medida que escrevemos mais e praticamos a pontuação, torna-se mais fácil usar a vírgula corretamente. Enquanto isso não se torna automático, é aconselhável praticar. Na redação, não é necessário pressa; é fundamental prestar atenção e avaliar se a vírgula está sendo empregada de maneira apropriada. Separar elementos em listas Exemplos: “No dia da prova, lembre-se de trazer seu documento, caneta preta, cartão de confirmação impresso, lanche e água.” “Durante minhas férias, visitei Holanda, Espanha, França e Inglaterra.” “Eles caminharam, pararam, sentaram-se e partiram novamente.” A vírgula é usada quando se menciona algo ou alguém que requer uma explicação para contextualizar o leitor – um aposto. Exemplos: “Ana Clara, a recém-contratada, faltou no primeiro dia de trabalho.”“Jorge, o professor de português, ministrou uma aula incrível no cursinho.” A vírgula é empregada ao chamar a atenção do interlocutor, indicando um vocativo.Exemplos: “Jorge, não venha me dizer que você faltou à escola.”“Professor, desculpe o atraso.” Quando você deseja expressar uma ideia de oposição, usando termos como “mas”, “entretanto”, “porém”, “todavia” e “contudo”, criando uma oração adversativa, é necessário usar a vírgula. Exemplos: “Não gosto de chocolate, mas essa torta está deliciosa.”“Consegui ir à praia finalmente, porém choveu.” Quando Não Usar a Vírgula Há duas situações em que não se deve usar a vírgula de forma alguma: para separar o sujeito do predicado ou para separar o verbo do complemento. Por exemplo: “A aula on-line foi essencial durante a quarentena”. Nesse caso, o sujeito “a aula on-line” e o verbo “foi” não são separados. E você, também é a louca das vírgulas? Aproveite para conferir: