Conforme o tempo passa, nossos sonhos vão mudando. Quando criança, meu sonho era ficar doente. Sim, literalmente. É que meus irmãos sofriam com os efeitos da poluição da grande São Paulo e ambos tinham tenebrosas e periódicas crises de bronquite asmática. Eu, esbanjando saúde, ficava assistindo a dedicação integral de meus pais com eles, e isso fez com que despertassem em mim o ciúmes e o desejo de adoecer também. Doente, ganharia mais atenção e o direito de tomar guaraná antártica…
Mas os nossos desejos não se realizam assim sozinhos, sem ação, então, contam testemunhas que eu criei uma terrível “dor de cotovelo”. É fato que meu projeto de adoecer foi um fiasco e não foi levado a sério. Anos depois, me realizei quando minha cabeça foi infestada por piolhos. Minha mãe ficava alisando meus cabelos à caça deles e, no meu entendimento, eu estava doente. Doente e com um ar de satisfação.
A saúde perfeita me acompanhou durante a infância, a adolescência, e, depois dos 30, falhou comigo apenas duas vezes, mas nada grave. Primeiro, comecei a sentir os batimentos cardíacos bem acelerados. Acordava no meio da noite com a sensação de que iria bater as botas, isso quando conseguia dormir, porque na maioria das vezes eu tinha insônia. Aos poucos, e empiricamente, percebi que era consequência da cafeína. Putz. Substituí o café normal pelo descafeinado, não tomo nenhum tipo de chá ou coca-cola antes de dormir. Tudo certo.
Agora, a novidade do momento foi descobrir, igualmente de maneira empírica, que há anos tenho intolerância à lactose*. Um dos sintomas da intolerância à lactose* é ficar com a barriga inchada, entre outros tipos de mal estar. Com exceção da ginecologista e os exames anuais que toda mulher deve fazer, não tenho o hábito de ir ao médico, mas o problema começou a me incomodar de verdade e comecei a observar melhor minha alimentação. No começo foi difícil, porque os efeitos da lactose* no organismo para quem tem problema de intolerância não é imediato, fato que dificultou a perícia. Mas foi só cortar os alimentos certos e… eureka!
Infelizmente o chocolate está nessa lista, por isso minimizar o consumo ou evitar alguns alimentos à base de lactose* pode ser bom para manter o peso. Tudo tem um lado bom… Não abusar é bem melhor que sofrer com dor de cotovelo ou ter a cabeça infestada por seres asquerosos…
* a intolerância não era de lactose, mas glúten…
Monique Gomes é blogueira, jornalista freelancer certificada em Marketing de Conteúdo e Co-fundadora do Projeto TM Fácil.
Monique, não me recordo de ter tal desejo, pois também sofria(sofro, parece que não tem cura) tal qual os seus irmãos dessa doença chamada Bronquite Asmática,é raro,mas quando adulto já fui contemplado com essa falta de ar também. Recordo-me que eu tinha sim inveja das minhas irmãs, mas era porque não tinha ninguém para brincar. Observava as duas brincando ali alegres e eu tinha que me contentar com um carrinho ou algumas bolinhas de gude, fazendo um amontoado das mesmas numa parede tentando acertar uma as outras. Recordei-me de imediato desse fato assim que comecei a ler a sua “necessidade” de uma doença.
Que bom que você está gozando de boa saúde, espero que seja por muito tempo.
Abraços
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É legal lembrar essas coisas da infância e perceber que conseguimos, de alguma forma, superar momentos difíceis. Eu me sentia rejeitada, mas depois entendi que meus irmãos tinham necessidade de mais atenção. Abraço!
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Muito legal, Monique. São essas coisinhas que nos leva a ver a vida com menos tédio. Minha única doença é o sobrepeso, mas até agora não apareceu nada fora de contrôle. O ruim é ver o endocrinologista pronunciar em câmera lenta com aquele olhar de terror: “Você é um OBESO MÓRBIDO”!!!!
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Rapaz, teu médico cometeu bullying… isso é coisa que se diga? Que nome também que inventaram para qualificar o tipo de obesidade, cada coisa, viu.
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E o pior é que ele tem razão… Na tabela oficial, existe a moderada, alta, etc, etc até chegar na mórbida… Mas eu e a minha nutricionista (linda!) vamos chegar lá!
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Niquinha, que texto lindo! Eu lembro demais dessa dor de cotovelo que você inventou quando nem sabia o que o termo dor de cotovelo significava, hehehe.
Amo-te com todo amor que possa caber no mundo.
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Oi, Meire, tudo bom? Saudade…
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Oi Dago!! Milhares de anos, né? Heheheh
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hehehe você foi a testemunha ocular do fato!!! Amo! Beijo!
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